Ao ler ou ouvir pronunciado o termo “óxido de zinco”, à primeira vista poderá não lhe dizer nada, principalmente se não trabalha na área dos produtos farmacêuticos ou químicos.
Mas o óxido de zinco é frequentemente usado em nós humanos. Aliás, o óxido de zinco está presente no nosso dia-a-dia, sabia? Se mencionarmos a velhinha pomada Halibut que nos acompanha há gerações, com toda a certeza que a conhece. Costuma fazer parte da caixa de medicamentos da maioria das famílias. Pois esta pomada atua graças ao óxido de zinco.
O óxido de zinco acompanha-nos, pois, ao longo da vida, está presente no nosso dia-a-dia e é imprescindível em bebés e pessoas acamadas!
O que é o óxido de zinco?
Efetivamente, o óxido de zinco é um composto químico, mais concretamente um sal mineral. Normalmente apresenta-se em forma de pó de cor branca. Este composto é considerado seguro quando usado em humanos sob forma de cremes, pastas e supositórios retais.
Para que serve?
A proteção da pele é uma das principais aplicações do óxido de zinco em humanos. Neste contexto, os produtos de aplicação tópica com óxido de zinco formam uma barreira protetora na pele. Por isso, vemos alguns cremes para a assadura da fralda serem referidos como “barreira”.
Ainda dentro da proteção da pele, o óxido de zinco é um eficaz protetor solar pois absorve os raios ultravioleta (UV) e forma uma barreira contra os raios UVA e UVB. Por isso, normalmente encontramos este composto na lista de ingredientes de protetores solares.
O óxido de zinco tem também um efeito calmante e regenerador. Assim, é usado para tratar certos problemas da pele, como queimaduras, cortes e erupções cutâneas ligeiras e pele seca e gretada.
Este composto tem ainda um efeito desinfetante pelo que pode oferecer proteção contra microorganismos na pele e não só. O óxido de zinco entra na composição de pós para os pés para quem tem pé de atleta, ou em desodorizantes, por exemplo.
Trata ainda formas de desconforto retal como a comichão e irritação causadas por hemorróides ou movimentos intestinais dolorosos, em forma de supositório retal.
Protege ainda contra fungos e contra a corrosão pelo que podemos encontrá-lo em tintas, cimentos e outros materiais.
Atua como agente de pigmentação branca, sendo usado em produtos de higiene pessoal, alimentação e materiais para pintura, medicina dentária e outros.
Finalmente, as suas propriedades tornam-no um agente de volume pelo que é usado na indústria alimentar e outras indústrias.
Onde encontramos o óxido de zinco?
O óxido de zinco, como pode ter já deduzido, está presente numa multiplicidade de produtos. Vejamos então mais alguns dos produtos onde o encontramos:
- Cremes e pastas para a assadura da fralda em bebés e adultos
- Tratamento de queimaduras e cortes superficiais
- Sabonetes
- Loções para a pele
- Pós para os pés
- Maquilhagem
- Champôs anti-caspa
- Desodorizantes
- Supositórios para hemorroides
- Protetor solar pois inibe os raios UVA e UVB
- Inibidor da proliferação de fungos
- Aditivo em suplementos alimentares para fortalecer o zinco
- Tintas para tintar com os dedos
- Pastas modeladoras
- Corante branco
- Produtos de limpeza
- Cimentos para uso dentário
- Tintas, como anticorrosivo e antifúngico
- Outros materiais para a construção civil
- Fertilizantes
- Aditivo em rações para animais
- Etc.
Quais são as contraindicações do seu uso?
O uso do óxido de zinco em forma de produto de aplicação tópica deve ser evitado a pessoas alérgicas ao zinco, parabenos, óleos minerais, vaselina e óleo de fígado de bacalhau.
As pastas e cremes com óxido de zinco não tratam infeções fúngicas ou bacterianas.
Se for usado em forma de pó, não se deve ser inalado pois o óxido de zinco pode danificar o sistema respiratório.
O uso do óxido de zinco nas assaduras da pele
A assadura da fralda, ou dermatite da fralda, é uma doença de pele que surge na zona que a fralda protege. Bastante comum nos bebés, as assaduras podem ser tratadas ou prevenidas com pomadas com Óxido de Zinco e demais cuidados de higiene.
Devido ao contacto permanente com a urina e as fezes, as assaduras podem surgir com muita frequência nos primeiros meses de vida do bebé.
Ainda que se desconheça a causa principal para o surgimento deste problema, existem diversos fatores que podem contribuir para o seu aparecimento.
O uso da fralda é o primeiro e grande fator, pois potencia o aumento da temperaturas na zona genital, aumentando também a humidade.
Normalmente, estas assaduras resultam de uma inflamação e têm um aspeto avermelhado. Afetam sobretudo as nádegas, o interior das coxas, os genitais, o baixo abdómen.
A sua gravidade pode ir de leve a grave e pode alterar o pH da pele, o que, por sua vez, pode originar infeções bacterianas, fúngicas ou virais. Nos casos mais graves, a dermatite da fralda pode surgir em zonas que não são cobertas pela fralda.
Se existirem pequenas lesões, avermelhadas, que provocam comichão, com manchas escamosas brancas e a criança também apresenta “sapinhos”, é indicador de uma provável infeção por Candida.
A candidíase é uma das principais complicações das assaduras, entre muitas outras, como infeções fúngicas ou bacterianas, zonas de hipopigmentação.
Para evitar estes e outros incómodos das dermatites de fralda há que ter alguns cuidados.
Cuidados a ter para evitar assaduras
Os pais e cuidadores do bebé devem seguir uma série de recomendações com vista a evitar estes incómodos que aparecem juntamente com a dermatite das fraldas (ou assaduras):
- Mudar as fraldas com frequência – sempre que a criança defecar ou urinar e, se possível, deixar arejar um pouco;
- Utilizar fraldas descartáveis absorventes ou de pano (desde que trocadas regularmente – entenda-se por “regularmente” sempre que a criança fizer as suas necessidades);
- Fazer uma higiene com água morna ou um produto emoliente dispersível na água;
- Utilizar cremes barreira para colocar no rabo do bebé após cada muda de fralda, como as pomadas de óxido de Zinco. A famosa marca Halibut é produtora desse tipo de cremes.
Estes cremes têm uma ação calmante, cicatrizante e regeneradora e anti-inflamatória e antisséptica devido à presença deste químico, o Óxido de Zinco. Além disso, o uso do óxido de zinco ajuda também a diminuir a vermelhidão provocada pela assadura.
Antes de tomar qualquer medicamento/suplemento alimentar ou outro consulte o seu médico. Lembre-se que a automedicação pode ter consequências graves.
Referência: Comissão Europeia; European Chemicals Agency; Drugs.com; Chemical Safety Facts; Índice EU