A síndrome de Asperger é uma perturbação que se estima que afete em média 1 a cada 250 crianças. É uma perturbação integrada dentro do espectro do autismo, considerada a mais leve dentro desta tipologia. Viver com a síndrome de Asperger é compreender a sinceridade, a objetividade em determinada ação, sem pressupostos subjetivos nem duplas intenções.
A síndrome de Asperger é muitas das vezes confundida com o autismo. No entanto, apesar de estar inserida no mesmo espectro desta última, é percebida como uma perturbação com sintomatologia mais leve e tendencialmente com menor impacto no bem-estar e da vida pessoal do seu portador, quando comparamos por exemplo com autismo severo.
Viver com a síndrome de Asperger
Como viver com a síndrome de Asperger? Falamos obviamente de um ponto de vista geral já que nenhuma perturbação deve ser encarada de ânimo leve e consequentemente deverá ser objeto de uma avaliação e intervenção especializadas para uma promoção da maior qualidade de vida possível do seu portador.
Esta síndrome causa alguns défices, nomeadamente emocionais e sociais, quando falamos de habilidades como a construção empática, muitas vezes relacionada com a comunicação com os outros e na adaptação às regras e costumes da sociedade em que o indivíduo se insere.
Os portadores desta síndrome podem apresentar comportamentos muito atípicos e que muitas das vezes e erradamente podem ser associados a doenças mentais que nada têm a ver com o Asperger, sendo que muitas vezes também o seu diagnóstico passa por várias avaliações até a uma conclusão definitiva.
Viver com a Síndrome de Asperger
É importante referir que alguém com Asperger não possui uma deficiência, muito pelo contrário! – muitas das vezes os seus portadores têm uma capacidade criativa muito acima da média, com um “talento” especial para a resolução dos mais complexos problemas.
Por essa razão, estima-se que muitos dos grandes génios da humanidade possam ter tido esta síndrome.
De facto, uma das grandes dificuldades está relacionada com um conceito que nos é tão familiar: a subjetividade com que todos nós somos confrontados diariamente.
A comunicação humana é complexa e essa complexidade (na qual a subjetividade está assente) custa a compreender para um Asperger.
Muitas vezes ele só entende a racionalidade, não compreendendo as emoções aliadas a uma determinada interação social. Sendo ele alguém extremamente objectivo, terá dificuldades em perceber porque é que em determinado momento as pessoas não são sinceras umas com as outras.
Dizer a alguém que fez um bom trabalho apenas com o objectivo de reforçar a sua autoestima, mas cujo trabalho em causa foi medíocre é algo muito difícil de compreender para um Asperger.
Nesse campo, a discriminação surge desde cedo, na escola, no grupo de pares e mais tarde no trabalho e nas relações sociais.
Viver com a síndrome de Asperger é compreender a sinceridade, a objetividade em determinada ação, sem pressupostos subjetivos nem duplas intenções.
Em último caso, termos um amigo com síndrome de Asperger é termos a pessoa mais sincera que existe ao nosso lado. Essa é a sua maior virtude e que nos obriga a aceitar a diversidade e a protegê-la para as gerações futuras.