Um dos temas mais abordados sobre o sono dos bebés e onde dorme o bebé. No quarto dos pais ou no seu próprio quanto?
De acordo com Helen Ball, investigadora na área da antropologia, fisiologia e biologia do sono do bebé, o local onde o bebé dorme nem deveria ser tema de conversa.
Com que idade mudar o bebé para o seu quarto
Em entrevista ao jornal Observador, a especialista refere que, no Reino Unido, a maioria das pessoas têm os bebés no seu quarto nos primeiros meses e que, uma boa parte delas colocam os bebés no seu próprio quarto antes dos 6 meses de idade.
Contudo, é aconselhável que os bebés fiquem no quarto dos pais pelo menos até aos seis meses.
Ainda segundo a investigadora, muitos pais mudam os bebés por volta dos três meses, porque acham ou que o bebé os incómoda, ou porque já é grande demais, acham que seis meses é muito tempo, ou porque simplesmente montaram um lindo quarto e querem usá-lo.
O quarto trimestre da gravidez
Os primeiros três ou quatro meses devem ser encarados como se os bebés estivessem a terminar a gestação porque, durante os primeiros meses, são seres imaturos que precisam de apoio permanente para poder sobreviver.
Com esta idade, a fisiologia dos bebés ainda não se desenvolveu o suficiente para que eles estejam no ponto de serem independentes.
Portanto, e de acordo com a opinião de Helen Ball, é muito duro, muito severo, colocá-los num quarto separado durante a noite, durante oito horas, e esperar que eles consigam lidar com isso.
A importância de recriar o ambiente uterino nos primeiros 3 meses
Alguns autores, entre os quais se destacam o médico obstetra francês Frederic Leboyer e o médico pediatra Harvey Karp, dizem-nos ouvir no choro e ver na inquietação dos bebés pequeninos um pedido de socorro.
É a forma que os bebés encontram para acabar com angústia da solidão e poder voltar a sentir a massagem do útero sobre toda a sua pele, os movimentos balanceados dos passos da mãe e o antigo mundo de sonoridades que preencha esse infinito de silêncio.
Recriar o ambiente uterino acalma o bebé e transmite-lhe a segurança necessária para que se desenvolva de forma harmoniosa, consciente da presença e do apoio dos pais.