A galactorreia é uma condição que pode ser comum entre as mulheres, mas também pode surgir no homem. Entre as suas consequências estão a secreção de leite sem que a mulher esteja a amamentar ou tão pouco grávida, e infertilidade tanto feminina quanto masculina.
O que é a galactorreia?
Resumidamente, a galactorreia consiste na produção excessiva de leite nas mamas devido ao aumento da hormona prolactina, cuja função é a produção de leite materno, a que se designa de hiperprolactinemia.
Quais as causas da galactorreia?
A produção excessiva de prolactina pode dever-se a várias causas. À parte da gravidez e amamentação, há diversas outras origens para o desenvolvimento da galactorreia, tais como:
- Adenoma hipofisário, um tumor benigno da hipófise, glândula responsável pela produção de várias hormonas como a prolactina. Nestes casos, os níveis de prolactina no sangue – observados após colheita sanguínea – são superiores a 200 mcg/L no sangue;
- Outras alterações na hipósife, como quistos ou inflamações na glândula;
- Estimulação mamária, como no caso da amamentação;
- Doenças hepáticas;
- Hipotiroidismo;
- Alguns tipos de cancro do pulmão;
- Utilização de determinados medicamentos, como fenotiazina, fármacos para a hipertensão arterial, pílula anticoncecional, opioides, alguns antidepressivos, antipsicóticos e uso frequente de hormonas como estrogénio, por exemplo.
Também o sono e o stress podem influenciar a normal produção de prolactina, mas só por si só raros são os casos que perante apenas estes dois fatores se desenvolve uma galactorreia.
Quais os sintomas mais frequentes?
O principal sintoma da produção excessiva de prolactina é mesmo a galactorreia. Pode surgir com aspeto transparente, leitoso e aparecer só numa ou em ambas as mamas.
No entanto, há todo um role de outros sinais que podem manifestar-se, já que esta hormona pode provocar alterações nos níveis de estrogénio e testosterona. Assim, os mais comuns são:
- Amenorreia (ausência de menstruação);
- Secura vaginal e desconforto durante as relações sexuais (quando o estrogénio estiver num nível mais baixo do que o adequado);
- Infertilidade em ambos os sexos;
- Diminuição da líbido – cerca de 2/3 dos homens com esta condição manifestam este sintoma;
- Disfunção erétil;
- Hirsutismo (excesso de pelos tanto na face como no corpo);
- Problemas visuais ou dores de cabeça também podem surgir quando a a origem se deve a um tumor na hipófise.
Como é efetuado o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado, numa primeira fase, através da observação médica. Posteriormente, o médico assistente pode pedir ainda análises clínicas com vista a observar a dosagem/os níveis de prolactina e de hormonas tiroideias como a função TSH e a T4. A TAC ou Ressonância Magnética são outras opções.
Além disso, é possível que o médico questione se toma medicação e tente avaliar outros sintomas que poderão ajudar no diagnóstico desta condição.
Nas análises clínicas, também os valores da TSH e T4, hormonas da tiroide, podem ajudar no estudo caso.
Quais os tratamentos para a galactorreia?
Com vista a tratar a situação, o médico assistente, habitualmente um médico especialista em Endocrinologia, pode prescrever diversas terapêuticas de acordo com a origem do problema.
Se esta derivar da toma de algum fármaco pode ser avaliada a possibilidade de substituição ou mesmo suspensão deste.
No caso de ser causada por outra patologia, em primeiro lugar o médico irá procurar estabilizar as hormonas e prescrever medicação para impedir a produção em excesso de prolactina, como a dopamina, por exemplo. Estes poderão ajudar na regularização do ciclo menstrual e a melhorar a fertilidade. Além disso, podem ainda ajudar na redução do tumor (caso seja este a causa da galactorreia) e contribuem ainda para uma melhoria nos problemas de visão.
Quando se trata de um tumor benigno de maiores dimensões, prolactinomas, o médico pode prescrever outros fármacos como a bromocriptina ou a cabergolina. Se os fármacos conseguirem baixar a concentração de prolactina no sangue pode não ser necessário realizar uma cirurgia. Mas, o contrário também se pode verificar. Poderá ainda, no caso de realização de procedimento cirúrgico, ter de fazer tratamentos complementares como radioterapia.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.