O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus muito frequente na população sexualmente ativa. Isto porque se trata de uma infeção transmitida através do contacto com as partes íntimas da/o parceira/o.
Estima-se que entre 75 a 80 por cento das pessoas sexualmente ativas tenham tido contacto com o vírus em alguma altura das suas vidas.
Este vírus é extremamente complexo devido à quantidade de estirpes associadas e às consequências (doenças) que podem surgir da infeção.
Existem cerca de 120 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 afetam preferencialmente os órgãos genitais (vulva, vagina, colo do útero, pénis e ânus).
Como se dá o contágio?
O Papilomavírus Humano infeta tanto homens como mulheres. A transmissão pode acontecer através de qualquer tipo de contacto sexual, genital ou oral. Ou sejam através do contacto direto com a pele ou mucosas, ou durante o parto.
Existem ainda evidências de alguns casos de transmissão através do contacto orogenital (contacto da boca de um indivíduo com a parte genital de outra).
Devido à fácil transmissão, existe uma vacina contra o HPV incluída no Programa Nacional de Vacinação para as raparigas e rapazes com igual inferior ou igual 10 anos que não tenham tido ainda contacto sexual (oral ou genital) e que protege contra 9 genótipos do vírus.
Quais são os sintomas do HPV?
Na maioria dos casos, o vírus tende a ser assintomática. Os sinais manifestam-se quando a infeção evolui para doenças associadas, como diversos tipos de cancro e verrugas genitais.
Qual é o tratamento para o Papilomavírus Humano?
De momento, não há cura para as infeções por HPV. No entanto, o sistema imunitário das maioria das pessoas consegue erradicar a infeção do seu organismo.
Habitualmente, a infeção provocada pelo HPV desaparece ao fim de um ou dois anos. Contudo, quando isso não acontece, a infeção pode progredir para doença. De acordo com as entidades de saúde públicas, o HPV é considerado o segundo carcinogéneo mais importante, imediatamente a seguir ao tabaco, estando associado a 5% dos cancros no geral e a 10% dos cancros na mulher.
Quando a infeção evolui pode causar outras doenças, como cancros ginecológicos (cancro do colo do útero, cancro da vagina e cancro da vulva) e cancro do ânus ou verrugas ou condilomas genitais (lesões que surgem nas áreas de contacto sexual – vulva, colo do útero, coxas, ânus, reto, ou uretra.).
Estes últimos podem ser tratados com a aplicação de um produto específico nas lesões. Podem também ser alvo de métodos como a crioterapia, eletrocoagulação, laser e excisão cirúrgica. No entanto, não são tratamentos definitivos. As verrugas podem voltar depois de realizado a terapia, sendo necessário repeti-la.
Fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
De acordo com o portal da rede hospitalar CUF, foram identificados alguns fatores que aumentam o risco de infeção e a sua progressão para cancro:
- Infeção por vírus HPV 16 e o HPV 18;
- Infeção quando existem imunodeficiências;
- Início precoce da atividade sexual;
- Vários parceiros sexuais;
- Múltiplos partos;
- Predisposição genética;
- Hábitos tabágicos;
- Co-infecção com outros microrganismos de transmissão sexual, como Herpes Simplex tipo 2 e Clamídia;
- Uso prolongado de contracetivos orais.
Como prevenir a infeção por Papilomavírus Humano (HPV)?
A prevenção passa pela adoção de medidas de proteção adequadas.
É fulcral aprender a reconhecer os sinais e sintomas de infeções de transmissão sexual, as suas consequências e como se transmitem.
No caso das raparigas é essencial a ida frequente ao ginecologista. A partir dos 25 anos, é recomendado fazer a citologia do colo do útero (papanicolau) anualmente e o teste de HPV a partir dos 30 anos, mesmo que tenha sido abrangida pela vacina.
Outra medida que pode ajudar a diminuir o risco de infeção por HPV, bem como de todas as outras DSTs é a utilização de preservativo nas relações sexuais. Porém, é importante reforçar que, no caso da infeção por Papilomavírus Humano, as zonas não cobertas pelo preservativo não estão protegidas. Por esse motivo, é essencial debater com o/a parceiro/a sobre as infeções de transmissão sexual, tentando perceber quais os seus comportamentos sexuais antes relação atual a fim de verificar se é uma pessoa com fatores de risco.
E, claro, tomar a vacina contra a HPV.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.