A pílula do dia seguinte, muitas vezes designada como contraceção de emergência, é o único método que permite prevenir uma gravidez não desejada após uma relação sexual desprotegida ou em caso de falha do método contracetivo habitual.
Pílula do dia seguinte
O que é a pílula do dia seguinte?
Trata-se de um comprimido de toma única que não necessita de receita médica, sendo de venda livre nas farmácias. Pode também obtê-la nos centros de saúde.
A sua eficácia na prevenção da gravidez ronda os 90%. Não é tão eficaz como a pílula de toma regular, cuja eficácia ronda os 99%, pelo que deve ser usada como medida excecional.
Como funciona a pílula do dia seguinte?
A pílula do dia seguinte atua bloqueando ou atrasando a ovulação, evitando a fecundação ou impedindo a fixação do ovo à parede do útero, dependendo da fase do ciclo em que se encontra aquando da toma.
Se ainda não tiver ocorrido a ovulação, a pílula do dia seguinte vai atuar ao nível dos ovários, impedindo ou atrasando a libertação do óvulo. Desta forma, sem a presença do óvulo, não haverá fecundação e, consequentemente, evita-se uma gravidez.
Se já tiver ocorrido a ovulação, a pílula do dia seguinte irá atuar ao nível do útero, alterando as caraterísticas do muco cervical e do endométrio. Desta forma, é dificultada a sobrevivência dos espermatozoides, impedindo-se que estes entrem nas trompas de Falópio, e consequentemente, tornando a fecundação ainda mais improvável.
Se os espermatozoides já tiverem encontrado o óvulo, as alterações no endométrio impedem que o ovo se fixe.
Se já estiver grávida, ou seja, se já estiver um embrião implantado nas paredes do útero, a pílula do dia seguinte não terá qualquer efeito.
Quando tomar a pílula do dia seguinte?
Deve tomar a pílula do dia seguinte, assim que puder, até 3 a 5 dias após qualquer situação que suspeite possa resultar numa gravidez não desejada:
- Se teve relações sexuais sem a utilização de nenhum método contracetivo;
- Se se esqueceu de tomar a pílula;
- Se o preservativo se rompeu;
- Se o preservativo ficou alojado na vagina;
- Se o DIU se deslocou;
- Se se enganou a fazer as contas nos métodos do calendário ou da temperatura;
- Se foi violada.
A sua eficácia diminui com o tempo decorrido, pelo que quanto mais cedo tomar logo a seguir à relação sexual problemática, maior será a probabilidade de sucesso.
Efeitos secundários
Poderão não existir efeitos secundários, no entanto são com frequência relatados os seguintes:
- Náuseas;
- Tonturas;
- Vómitos;
- Hemorragias irregulares;
- Tensão mamária;
- Cefaleias (dores de cabeça);
- Fadiga;
- Dor abdominal;
- Cólicas uterinas;
- Câimbras musculares;
- Alterações de humor.
Cuidados a ter
É sempre importante fazer um teste de gravidez cerca de 3 semanas após a toma, para verificar se foi eficaz, ou não.
Usar a contraceção de emergência de forma repetida não prejudica, tanto quanto se sabe, a saúde. Mas é, sem dúvida, um sinal de que se deve procurar uma contracepção regular, mais eficaz e mais barata, pelo que a seguir à toma da pílula do dia seguinte, deve procurar aconselhamento médico para iniciar ou retomar a utilização de um método de contraceção seguro e adequado a si.
Se já tomava a pílula anteriormente, pode recomeçar a toma logo no dia a seguir à pílula do dia seguinte, não tendo que esperar pela menstruação, devendo utilizar um método adicional, como o preservativo, durante 7 dias. Se quer iniciar a toma regular da pílula, pode fazê-lo da mesma forma.