Perante um quadro de infertilidade, um casal não precisa de se considerar derrotado quanto ao seu desejo de ter um filho. Infelizmente, devido a fatores múltiplos, a infertilidade é um termo que a certa altura entra no vocabulário do dia-a-dia de muitos casais. Contudo, há esperança, felizmente, pois as opções são variadas. Saiba tudo neste artigo
O que define a infertilidade?
Segundo a Organização Mundial de Saúde a infertilidade é entendida como a “ausência de gravidez após dois anos de relações sexuais regulares e sem uso de contraceção”.
No entanto, considera-se que um casal está perante um caso de infertilidade quando não se dá uma gravidez após 12 meses de tentativas, se a mulher tiver menos de 35 anos de idade. Para as mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, são considerados seis meses de tentativas.
A infertilidade é ainda considerada quando o casal apresenta três ou mais gravidezes não sucedidas (abortos espontâneos) repetidamente.
Segundo a Associação para Planeamento da Família, a prevalência da infertilidade nos casais é de 15-20% na população em idade reprodutiva. Em cerca de 20 a 30% das situações, a causa de infertilidade é um problema do homem. Noutros 30 a 40% dos casos, o problema é da mulher.
Em cerca de 30% dos casais com infertilidade ambos os parceiros contribuem, em maior ou menor grau para o problema.
Finalmente, em 5% a 10% dos casais não se deteta uma razão aparente para a infertilidade.
Nestes casos, poder-se-á considerar, então, recorrer a tratamentos de fertilidade. Em Portugal existem as seguintes opções:
a) Inseminação Intrauterina
b) Fertilização in vitro
c) Injecção intracitoplasmática de espermatozóides
d) Transferência de embriões, gâmetas ou zigotos
e) Diagnóstico genético pré-implantação
f) Outras técnicas laboratoriais de manipulação gamética ou embrionária equivalentes ou subsidiárias
Inseminação Intrauterina – IIU
Esta técnica consiste, essencialmente, na introdução de espermatozoides diretamente no interior da vagina ou no útero.
Dos tratamentos de fertilidade, este é indicado para quando os casais apresentam menos de três anos de infertilidade. Adicionalmente a mulher deve ter menos de 37 anos de idade pois a partir dessa idade a probabilidade de uma gravidez espontânea diminui bastante.
Para a IIU é, primeiramente efetuada uma estimulação ovárica, por meio de injeção hormonal. Este processo é acompanhado através de ecografia. Posteriormente, recolhe-se esperma, que é introduzido no útero através de um cateter.
Fertilização in vitro – FIV
Esta técnica consiste, sucintamente, na fertilização de um óvulo em meio laboratorial.
De todos os tratamentos de fertilidade, este é provavelmente o mais mediático. Quem nunca ouviu falar do “bebé-proveta”?
Esta técnica é usada quando a fecundação não sucede, nomeadamente após vários ciclos de estimulação ovárica ou inseminação intrauterina.
Primeiramente, procede-se à estimulação ovárica, sendo a ovulação monitorizada. Seguidamente, passa-se à recolha de ovócitos, através de punção, e de esperma. O esperma é preparado e usado para fertilizar os óvulos em laboratório. Até seis dias mais tarde faz-se a transferência de um ou dois embriões através de um cateter. Os embriões não utilizados são criopreservados para o caso de o processo não ser bem-sucedido. A implantação de um embrião dá-se cerca de oito dias mais tarde.
Injeção intracitoplasmática de espermatozoides – ICSI
Este procedimento consiste na injeção de um único espermatozoide diretamente no interior do óvulo para possibilitar a fertilização. Posteriormente, o embrião é transferido para o útero.
Esta técnica está indicada em problemas de fertilidade mais complexos, especialmente no homem: ausência de esperma no ejaculado ou problemas de motilidade nos espermatozoides, por exemplo. Pode, por isso, ser proposta de imediato ao casal sem que haja recurso prévio a outras técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA).
Transferência de embriões, gâmetas(espermatozoides) ou zigotos (óvulos fertilizados)
Os procedimentos de transferência de embriões são idênticos aos da FIV.
Transferência de gâmetas: com esta técnica, os ovócitos e espermatozóides, previamente recolhidos, são injectados directamente nas trompas de Falópio, deixando-se que a fecundação ocorra naturalmente.
Transferência de zigotos – esta técnica é ideal para mulheres com endometriose (problema em que o tecido do endométrio forma-se fora do útero). A fertilização do ovócito é efetuada em laboratório e o zigoto resultante é transferido para as trompas de Falópio.
A transferência de embriões, gâmetas ou zigotos pode ainda ser empregue em homens seropositivos pois permite o tratamento dos espermatozoides antes da introdução no óvulo.
Diagnóstico genético pré-implantação
Segundo a WikiCiências, este procedimento consiste numa biópsia à zona pelúcida do embrião antes da sua implantação no útero para caracterização cromossómica. Esta técnica permite o despiste de mutações cromossómicas ou génicas, bem como a determinação do sexo. Este procedimento é possível e legal em Portugal, quando há perigo de transmissão de doenças genéticas associadas ao sexo.
Outras técnicas laboratoriais de manipulação gamética ou embrionária equivalentes ou subsidiárias
Neste capítulo, podemos citar a criopreservação de espermatozóides e embriões – conservação e espermatozóides e embriões através do congelamento rápido a baixas temperaturas recorrendo a azoto líquido. Estes são submetidos a uma temperatura de -196ºC !