Cuidados pré-natais: o que são e para que servem? A vigilância pré-natal (ou vigilância da gravidez) permite envolver o casal em todas as decisões que respeitem à gravidez, disponibilizar, pela equipa médica, toda a informação relativa à forma como está a decorrer a gestação e obter, periodicamente, a história clínica detalhada da mãe e a observação próxima da saúde da mãe e do bebé.
O envolvimento ativo do casal no desenvolvimento do seu bebé e a observação regular da saúde da mãe e do bebé são elementos fundamentais na correta definição dos cuidados a prestar durante a gestação.
Cuidados pré-natais e o risco da gravidez
Os cuidados pré-natais seguem um esquema comum para todas as grávidas numa gravidez de baixo risco. Contudo, quando é identificado um factor de risco ou uma situação anómala (que pode resultar de algum factor anterior à gravidez ou que ocorra durante a mesma), o médico pode definir um esquema de vigilância e conduta clínica que responda de modo adequado à nova situação.
Cuidados pré-natais participados
Hoje em dia, pretende-se que o casal tenha um seguimento clínico próximo e centrado nas suas circunstâncias pessoais. Todas as informações recolhidas sobre saúde, estilos de vida, comportamentos e ambiente psicossocial são elementos essenciais para o correto e adequado seguimento pré-natal.
Registo de dados e avaliações
As consultas, exames e intervenções e todos os dados clínicos, observações e avaliações obtidos nas consultas pré-concecionais são registados no Boletim de Saúde da Grávida (BSG) e no processo clínico da mãe.
Objetivos dos cuidados pré-natais
- Avaliar o bem-estar materno e fetal através da história clínica e dos dados dos exames complementares de diagnóstico;
- Detetar precocemente situações desviantes do normal curso da gravidez que possam afetar a evolução da gravidez e o bem-estar materno e fetal, estabelecendo a sua orientação;
- Identificar fatores de risco que possam vir a interferir no curso normal da gravidez, na saúde da mulher e / ou do feto;
- Promover a educação para a saúde, integrando o aconselhamento e o apoio psicossocial ao longo da vigilância periódica da gravidez;
- Preparar para o parto e parentalidade;
- Informar sobre os deveres e direitos parentais.
Nestas consultas, assegure-se que lhe é dada informação escrita sobre o local onde se dirigir em caso de emergência e, idealmente, um número de contacto.
A obtenção de uma história clínica detalhada, em particular da história obstétrica decorrida anteriormente, quando é esse o caso e a observação clínica são fundamentais na definição dos cuidados a prestar.
Além disso, todas as informações recolhidas sobre saúde, estilos de vida, comportamentos e ambiente psicossocial são elementos essenciais para a prossecução deste objetivo. Permite, também, que possam ser prestadas informações e cuidados realmente centrados na mulher / casal.
Considera-se gravidez de baixo risco aquela em que não é possível identificar, após avaliação clínica de acordo com a avaliação do risco pré-natal, nenhum fator acrescido de morbilidade materna, fetal e / ou neonatal. O risco, sendo dinâmico ao longo da gravidez, deve ser reavaliado em todas as consultas.
Bibliografia: Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo. Portugal – Direção-Geral da Saúde Risco. Edição Direção-Geral da Saúde. Novembro de 2015