Posso levar vacinas na gravidez? Se tem esta dúvida, poderá ler o artigo e, posteriormente, consultar o seu médico e tirar todas as dúvidas.
Vacinas na gravidez
O organismo humano possui diferentes mecanismos de defesa contra as infeções. Um dos mais importantes é a produção de anticorpos pelos glóbulos brancos, com diferentes funções, mas complementares no que diz respeito ao combate das infeções.
As vacinas ajudam o sistema imunitário uma vez que, através da administração de componentes (antigénios) importantes dos vírus ou bactérias que provocam determinada doença, é acionada uma resposta com formação de anticorpos.
Através desse processo, a vacinação faz com que o sistema imunitário responda rápida e eficazmente a um contacto posterior com a doença, prevenindo-a.
Por vezes, a administração de uma vacina pode causar reações ligeiras, como por exemplo febre ou náuseas. São sintomas normais e esperados, que correspondem ao processo de desenvolvimento da imunidade contra a doença para a qual se vacinou.
1. A regra geral da vacinação durante a gravidez é:
Vacinas vivas
Estas vacinas, como é o caso da vacina contra o sarampo, a papeira e a rubéola, não são recomendadas na grávida.
No entanto, não há evidência que alguma vacina viva tenha causado anomalias congénitas nas crianças cujas mães foram vacinadas sem saber que já estavam grávidas.
Vacinas inativadas
As vacinas inativadas são seguras para serem administradas durante a gravidez. É o caso da vacina do tétano, difteria e tosse convulsa, da gripe A, entre outras.
2. Vacinas recomendadas durante a gravidez
A vacinação contra o tétano, a gripe A e a hepatite A e B é segura durante a gravidez. Estas vacinas podem ser administradas a partir das 12 semanas de gestação.
Vacina contra o tétano, difteria e tosse convulsa
O tétano é uma doença muito grave ou até mesmo fatal. Os adultos devem vacinar-se contra esta patologia e todas as outras (numa versão de vacina tricíclica) de 10 em 10 anos, durante toda a vida.
As crianças nascidas de mães não vacinadas podem ser infetadas durante o parto (se realizado em condições não higiénicas), provocando o tétano neo-natal no recém-nascido, condição esta que, normalmente, é fatal.
No caso da vacina contra a tosse convulsa, como no caso do tétano, a Direção-Geral de Saúde (DGS) recomenda a sua toma entre as 20 e as 36 semanas de gestação, frisando na sua página que o ideal é que seja administrada até às 32 semanas de gravidez.
Influenza (vacina contra a gripe)
A gripe é uma doença que, na grávida, pode ser grave, pelo que é aconselhável proteger-se e ao seu bebé (sabia que a gripe pode aumentar o risco de nascimento prematuro?). Esta vacina deve ser administrada às mulheres cuja gravidez acontece durante a época gripal (outono/inverno) ou quando o bebé está previsto nascer nessa altura do ano.
Esta vacina protege a mãe e o seu bebé durante os primeiros 4 meses de vida.
Em casos especiais:
Hepatite A
A hepatite A é uma infeção transmitida, habitualmente, por águas contaminas e pode causar parto pré-termo e problemas no desenvolvimento do bebé.
A vacina contra hepatite A também é feita com vírus morto (logo, é uma vacina inativada), por isso apresenta baixo risco na gestação. No entanto, não existem muitos estudos que afirmem que esta vacina é livre de riscos, pelo que apenas deve ser administrada em casos especiais.
No entanto, as mulheres que já tiveram hepatite A na sua vida estão imunes e não precisam, portanto, de se vacinar.
Hepatite B
A hepatite B é uma infeção transmitida através das relações sexuais ou através de contacto com sangue. Visto tratar-se de uma vacina inativa, é segura nesta fase da vida de uma mulher.
A posologia é de 3 doses, a partir do 2º trimestre de gravidez, com 6 meses de intervalo entre elas. Normalmente, é administrada antes de engravidar, mas pode também haver a necessidade de tomá-la durante a gestação. Esta vacina é indicada para as gestantes que apresentam um grande risco de contaminação, como se verifica no caso das profissionais de saúde que estão constantemente a ser expostas a feridas, sangue ou agulhas, a mulheres cujo parceiro seja portador do vírus, entre outros.
Tal como naHepatite A, as grávidas que já tenham tido hepatite B estão imunes e não precisam de se vacinar.
3. Preparação de viagens durante a gravidez
A grávida deverá sempre recorrer a uma consulta de Medicina do Viajante para saber quais as doenças existentes nos locais para onde vai viajar, e a decisão médica sobre as vacinas que devem ser administradas e outras medidas de proteção e prevenção adicionais.