Estudo norueguês avaliou o estado psicológico das grávidas durante a gravidez, e concluiu que uma relação amorosa infeliz tem impacto não só na saúde da mãe como na do bebé no seu primeiro ano de vida.
Grávidas infelizes no amor com mais hipóteses de desenvolver infeções
As grávidas que mantém um relacionamento amororo infeliz durante a gravidez, têm uma maior probabilidade de desenvolver infeções, assim como o bebé. Esta é a conclusão de um estudo do Norwegian Mother and Child Cohort Study (MoBa).
O estado emocional afeta o sistema imunitário
Neste estudo, foram avaliadas cerca de 91 mil mulheres e mais de 100 mil crianças entre 1999 e 2004 com o objetivo de avaliar o risco de infeção. As grávidas também responderam a questionários sobre seu relacionamento amoroso, com questões como: “Eu e o meu parceiro temos uma relação próxima?” e “Penso com frequência em terminar o namoro/casamento?“.
Segundo este estudo, as mulheres que se mostravam insatisfeitas com o seu relacionamento amoroso apresentavam o dobro do risco de desenvolver infeções comparativamente com as que estavam felizes.
Ainda assim, esta relação não é direta. “O estudo não prova que uma coisa leva necessariamente à outra. Mas as mulheres que demonstravam uma maior insatisfação, reportavam doenças com mais frequência durante a gestação. E as crianças também eram afetadas durante o primeiro ano de vida.“, explica o autor do estudo Roger Ekeber.
O stress causado por uma relação não gratificante ou mesmo conflituosa, pode dar origem a doenças como a depressão na gravidez, o que interfere com o nível de qualidade de vida da mulher e afeta o seu sistema imunológico, deixando-a mais frágil.
Apesar de o aumento do nível de stress nem sempre ser negativo, porque deixa o organismo em estado de alerta em caso de ameaça, a continuidade de um estado de stress permanente pode influenciar negativamente a saúde da mulher.
Mau para a mãe, pior para o bebé
Quanto às crianças de grávidas infelizes, o estudo revela que estas apresentaram mais doenças, como gripe e otites, durante o primeiro ano de vida.
Ansiedade na gravidez e tristeza pós-parto
Diversos estudos demonstraram que sintomas de humor e de ansiedade durante a gravidez, bem como a tristeza pós-parto (baby blues), aumentam o risco para um episódio depressivo major pós-parto. As mães podem sofrer de ansiedade grave e, inclusive, ataques de pânico.
Algumas mulheres ficam especialmente sensíveis e vulneráveis a situações mais impressionáveis ou emotivas. Isto pode dever-se às alterações hormonais próprias da gravidez. Daqui resulta uma maior propensão para chorarem em situações em que reagiriam de forma diferente noutras alturas da sua vida.
Apesar de as variações do humor serem normais na gravidez, alguns sentimentos recorrentes devem levar a pedir ajuda especializada.