Nas últimas décadas tem-se assistido a um aumento no número de bebés prematuros (nascidos antes das 37 semanas de gestação). Um bebé prematuro é biologicamente mais vulnerável do que um bebé nascido a termo (com 37 semanas de gestação ou mais), devido à sua imaturidade orgânica.
Acontece, pois, que alguns órgãos vitais do bebé só alcançam a maturidade após o nascimento. Isto significa que podem não funcionar corretamente em caso de nascimento prematuro.
Os pulmões do bebé antes das 34 semanas de gestação
É o caso dos pulmões. Estes órgãos vitais atingem a maturidade apenas às 34 semanas de gestação. Após o nascimento, os pulmões que se encontravam até aí comprimidos, expandem-se e trocam o sangue pelo ar. Iniciam assim a sua função respiratória autónoma fora do útero.
Contudo, se a mãe entrar em trabalho de parto antes das 34 semanas de gravidez, os pulmões do bebé não terão maturidade suficiente para funcionar de forma normal.
Podem ocorrer, assim, várias complicações a nível dos pulmões. A Síndrome da Angústia Respiratória é um exemplo dessas complicações e verifica-se com alguma frequência quando isto sucede.
Por outro lado, felizmente a medicina tem evoluído incrivelmente e hoje em dia são muitos os bebés prematuros que conseguem ultrapassar essas complicações. Assim, em caso de nascimento antes das 34 semanas, recorre-se à maturação pulmonar artificial.
Em que consiste a maturação pulmonar?
A maturação pulmonar fetal artificial consiste no recurso a fármacos para acelerar o desenvolvimento pulmonar do bebé no caso de este nascer antes das 34 semanas.
Isto sucede, por exemplo, se grávida experienciar contrações antes das 34 semanas de gravidez ou com o rompimento da bolsa de líquido amniótico às 33 semanas.
A maturação pulmonar é levada a cabo através da administração de corticoides na mão por via intramuscular (injeção). A grávida recebe assim, uma dose a cada 12 ou 24 horas, durante um período de cerca de 48 horas.
A injeção das doses de corticoides acelera, então, a maturação pulmonar fetal e o bebé fica apto a respirar de forma natural fora do útero.
No caso de o parto ter que ser urgente, por cesariana de urgência por exemplo, o médico poderá optar por administrar uma dose de corticoides à grávida antes do mesmo. Outra alternativa poderá ser não efetuar o procedimento de maturação pulmonar fetal artificial.
A maturação pulmonar fetal artificial pode evitar a morte de muitos bebés prematuros. Este procedimento não apresenta normalmente grandes efeitos secundários. Contudo, antecipadamente é necessário fazer um exame à grávida para garantir que nem esta, nem o bebé terão problemas de saúde após a realização do mesmo.