Cancros ginecológicos: sabe quais são? Que faixas etárias atingem? E os mais frequentes?
Os cancros ginecológicos são os cancros que têm origem nos órgãos reprodutores da mulher. Este artigo trata dos tipos de cancro que afetam o aparelho reprodutor feminino, com informação como sintomas, características, letalidade e a sua incidência em Portugal. Vamos debruçar-nos sobre cinco desses cancros visto serem os mais conhecidos.
Cancros ginecológicos
- Colo do útero
- Endométrio
- Ovário
- Vulva
- Vagina
Cancro do colo do útero
O cancro do colo do útero é o sexto mais frequente nas mulheres
europeias, apesar dos avanços significativos no rastreio,
diagnóstico e tratamento desta patologia, lê-se nos Consensos Nacionais de 2020 publicados pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia.
Segundo o Globocan 2018 estima-se a ocorrência de cerca de 750 novos casos por ano só em Portugal. Com efeito, Portugal é o país que apresenta a taxa mais elevada incidência de cancro do colo do útero em Portugal.
Este tipo de cancro afeta a parte inferior e mais estreita do útero, que o liga à vagina, e ocorre com maior frequência a partir dos 40 anos. É causado pela infeção persistente pelo vírus do papiloma humano (HPV).
Segundo o portal da CUF, os sintomas de cancro do colo do útero a que deve estar atenta incluem:
- Hemorragia vaginal anormal após relações sexuais, entre períodos menstruais regulares ou após a menopausa
- Aumento do corrimento vaginal
- Períodos menstruais mais prolongados e intensos do que o habitual
- Dor na região genital e/ou durante as relações sexuais
Se for tratado precocemente, o cancro do colo do útero apresenta um bom prognóstico. O tratamento depende do tipo de tumor e inclui cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma associação destas técnicas.
Cancro do endométrio
Dos cancros ginecológicos, o cancro do endométrio é o
mais frequente nos países desenvolvidos, indica a Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Este cancro é ainda o quarto mais frequente nas mulheres, representando cerca de 6% dos cancros no sexo feminino.
Mais de 90% dos casos ocorre em mulheres com mais de 50 anos. No
entanto, 4% dos casos surgem antes dos 40 anos de idade, indica a mesma fonte.
Entre os sintomas do cancro do endométrio, encontram-se a:
- Hemorragia vaginal anormal
- Hemorragia vaginal após a menopausa
- Dor pélvica, nomeadamente durante as relações sexuais e/ou ao urinar
O tratamento para este tipo de cancro envolve frequentemente uma histerectomia abdominal total, podendo incluir quimioterapia e/ou radioterapia.
Para os casos detetados precocemente, a taxa de sobrevivência é bastante elevada, podendo variar entre os 70 e os 95%. No entanto, o prognóstico é bastante pior para tumores e idade mais avançados.
De forma geral, cerca de 63% das pacientes recebem alta da doença no espaço de 5 anos ou mais após o tratamento.
Cancro do ovário
O cancro do ovário afeta principalmente mulheres na pré e pós-menopausa. Efetivamente, 80% dos casos são diagnosticados em mulheres com mais de 40 anos de idade.
Segundo os últimos dados disponíveis, Globocan – 2018, a
taxa de incidência do cancro do ovário para a população portuguesa foi de 9,5 por cada 100.00 mulheres.
Este é um dos cancros mais difíceis de diagnosticar pois a sua evolução é silenciosa, sobretudo nos estádios iniciais. Os sintomas mais comuns nos estádios avançados incluem:
- Dor abdominal ou pélvica
- Hemorragia vaginal
- Inchaço abdominal
- Distúrbios intestinais: diarreia ou prisão de ventre
- Necessidade frequente de urinar
O tratamento deste cancro passa pela cirurgia, com a remoção dos ovários, das trompas de Falópio e do útero, assim como quimioterapia.
Apesar da baixa incidência do cancro do ovário, este é um dos cancros mais letais na mulher pois aproximadamente 75% das mulheres aparecem em estádios avançados. A sobrevivência para todos os estádios aos 5 anos é, pois, de aproximadamente 50%.
Cancro da vagina
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a cancro da vagina é raro, representando 1 a 2% dos cancros ginecológicos. É mais frequentemente localizado no 1/3 superior da parede posterior da vagina.
O cancro da vagina é mais frequente na pós-menopausa, visto que a média de idades das pacientes é de 70 anos. Contudo, a incidência deste cancro parace estar a aumentar em mulheres jovens.
Este tipo de cancro tem origem predominantemente em infeções por HPV.
Entre os sintomas do cancro da vagina encontram-se:
- Hemorragia vaginal
- Dor na zona pélvica
A radioterapia é o tratamento preferencial para a maioria dos cancros da vagina, enquanto a quimiorradioterapia é outra possibilidade que pode ser considerada. A cirurgia tem um papel limitado, sendo contudo o tratamento eleito para as lesões iniciais.
Cancro da vulva
À semelhança dos cancros do ovário e da vagina, o cancro da vulva é também uma neoplasia rara. A incidência deste tipo de cancro é, pois, de 4% de todos os cancros ginecológicos, indica a Sociedade Portuguesa de Ginecologia.
Em Portugal, segundo o Globocan 2018, estima-se a ocorrência de cerca de 222 novos casos por ano, correspondendo a uma incidência de 1,7 por cada 100.000 mulheres e com mortalidade 0,5 em cada 100.00 pacientes.
O cancro da vulva é mais frequente nas mulheres em pós-menopausa pois as mulheres de 60 a 70 e tal anos de idade representam a faixa etária mais atingida. Contudo, atualmente, tem-se testemunhado um aumento do número de casos em mulheres jovens. Este aumento é justificado pelas crescentes taxas de infeção por
HPV e potenciado pelo tabagismo.
Se for diagnosticado num estádio inicial, o cancro da vulva pode ser curável . Com efeito, as taxas de sobrevivência a 5 anos são superiores a 90%. No entanto descem para os 40% para os estádios avançados.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.