O nascimento de um bebé marca o fim da total dependência vital da mãe através da clampagem do cordão umbilical. Este procedimento efetuado logo após a expulsão do bebé constitui, por isso, um momento marcante nesta separação física. No entanto, a clampagem tardia do cordão umbilical, que permite prolongar o fluxo sanguíneo da placenta para o recém-nascido tem-se revelado muito benéfica para o mesmo. Saiba porquê.
O que é a clamplagem tardia do cordão umbilical?
Para efetuar a clampagem do cordão umbilical, o médico coloca pinças no cordão e corta-o imediatamente ou alguns segundos após o nascimento. A clampagem tardia do cordão umbilical consiste no adiamento desse procedimento em pelo menos um minuto após o nascimento do bebé. Durante esse período, porém, o bebé recebe, contudo, todos os cuidados neonatais essenciais.
Este procedimento é defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda que a clampagem do cordão umbilical não seja feita antes de decorrido um minuto após o nascimento. Assim, a organização estipula as seguintes orientações para a clampagem tardia do cordão umbilical:
- A clampagem tardia do cordão umbilical (entre um a três minutos após o nascimento) aplica-se a partos normais e por cesariana.
- Este procedimento deve efetuar-se enquanto o recém-nascido recebe os cuidados neonatais essenciais
- Tanto os bebés nascidos após gravidez de termo como os bebé prematuros beneficiam deste procedimento
- Os neonatos que necessitem de ressuscitação imediata (por asfixia) são exceção
Na mesma linha de orientação, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas emitiu, em 2017, um parecer sobre a clampagem tardia do cordão umbilical. Esta autoridade de saúde recomenda, pois, um intervalo de 30 a 60 segundos após o nascimento de bebés saudáveis de termo.
Quais são as vantagens?
Segundo ainda a OMS, com base em vários estudos, as vantagens de efetuar a clampagem tardia do cordão umbilical para o recém-nascidos são várias:
- Níveis iniciais de hemoglobina mais elevados
- Aumento das reservas de ferro até 6 meses após o nascimento, o que diminui em 61% as taxas de anemia infantil
- Redução da hemorragia intraventricular em 59% nos bebé prematuros
- Menos transfusões de sangue necessárias
Como se processa quando há recolha de células estaminais para criopreservação?
A clampagem tardia do cordão umbilical permite, perfeitamente, a recolha de células estaminais do cordão umbilical para criopreservação.
Ao longo dos últimos anos tem-se informado os profissionais de saúde que mesmo fazendo o tempo de clampagem indicado/recomendado pode-se fazer a colheita do sangue do cordão umbilical para criopreservação. Assim, esta deve iniciar-se logo que possível e colhendo o maior volume possível, de modo a assegurar uma boa colheita.
O sucesso da incorporação desta prática com a colheita de sangue do cordão umbilical para armazenamento é sustentada por estudos científicos.
Um estudo publicado em 2018 por Ciubotariu et al, concluiu que adiar a clampagem do cordão umbilical entre 30 a 60 segundos não exerce um impacto negativo substancial sobre o número de células das amostras de sangue do cordão umbilical obtidas. Pelo contrário, esperar mais de 60 segundos parece ter já um impacto significativo no volume e conteúdo celular das amostras de sangue do cordão umbilical. Consequentemente diminui a hipótese da obtenção de amostras com utilidade clínica.
Da mesma forma, uma publicação do banco público sueco refere que a implementação da clampagem tardia não teve um efeito significativo no número de amostras recolhidas que cumpriam os critérios de aceitação para armazenamento. Apenas se observou uma ligeira diminuição no volume colhido. Concluem dizendo que consideram ser possível conciliar a clampagem tardia com a colheita de sangue do cordão umbilical para armazenamento.
Conclusão
Assim, em caso de opção pelo armazenamento das células do sangue do cordão umbilical, a colheita deve ser feita logo após o tempo recomendado para a clampagem do cordão para maximizar o número de células obtido.
É importante fazer a colheita do maior volume possível de sangue do cordão umbilical. Isto é porque um maior volume, em regra tem um maior número de células, e um maior número de células armazenadas pode significar uma melhor probabilidade de sucesso em caso de utilização da amostra em transplante.
Os benefícios da camplagem tardia são reconhecidos por todos, importa esclarecer que este procedimento não impede a colheita das células estaminais do cordão umbilical.
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