Os cursos de preparação para o parto foram inventados em Inglaterra no início do século (XX), precisamente no mesmo período em que se começava a estender nesse país o costume de “dar à luz” num hospital. Entre nós, o boom ocorreu a partir do ano 2000.
Os cursos têm abordagens diferentes mas, no fundo, todos se destinam a ajudar a mulher, preferencialmente o casal, a entender o que irá suceder exatamente no momento em que surgem as dores, a entender o parto e as principais recomendações para o recém-nascido; ensinar-lhes algumas técnicas físicas e psíquicas para que possam intervir ativamente nas distintas fases do pré-parto e do parto. Além disso, proporcionam uma ocasião para entrar em contacto com outras mulheres que estão na mesma situação.
Em suma, os cursos de preparação para o parto são úteis para diminuir a ansiedade dos futuros pais. Esclarecer dúvidas, dar a conhecer exercícios e técnicas de relaxamento durante o parto e orientar sobre os cuidados com o recém-nascido são objetivos comuns aos cursos.
O foco no parto deslocou-se agora para a paternidade em pleno, com programas mais abrangentes. Além das técnicas de respiração e controlo da dor, muitos estabelecimentos abordam a amamentação, as precauções nas rotinas do bebé ou mesmo a sexualidade na gravidez, direitos dos pais, contraceção e depressão pós-parto, por exemplo. A atestar a sua importância, por lei, estes cursos são equiparados a consultas pré-natais: a falta dos futuros pais ao trabalho para frequentá-los é justificada.
Estes cursos são organizados, habitualmente, por entidades privadas. Contudo, também são organizados em alguns centros de saúde e hospitais públicos, sendo nestes casos gratuitos. Caso tenha oportunidade, só tem a ganhar se puder frequentar um curso de preparação para o parto, idealmente, a partir das 28 semanas de gestação.
Artigo reproduzido no Mãe-Me-Quer com autorização do autor, Dr. Armando Manuel Rainha Fernandes, Especialista em Pediatria Médica, Centro Pediátrico de Telheiras, Unipessoal, Lda.