Sabe o que é o parto eutócico? E o parto distócico? Não sabe? Não há problema! No artigo explicamos-lhe exatamente do que se fala quando se mencionam estes dois tipos de parto.
Parto eutócico
O que é?
O parto eutócico é o parto mais comum, habitualmente denominado por parto normal, que decorre de forma natural. A mulher entra em trabalho de parto e o seu próprio corpo inicia e termina o processo de nascimento do bebé, sem que haja necessidade de intervenção médica, ou, por outras palavras, um parto que não é instrumentalizado.
Vantagens do parto eutócico
Em primeiro lugar, este é o tipo de parto que é apontado pela maioria dos médicos obstetras como sendo o parto preferível tanto para a mulher como para o bebés. Entre as inúmeras vantagens do parto normal que sustentam essa afirmação, estão as seguintes:
- O corpo da mulher está preparado para que esta tenha um parto natural;
- Estimula o aumento da produção materna de ocitocina, a “hormona do amor”, que promove o vínculo afetivo com o bebé;
- O risco de infeção é menor do que num parto instrumentalizado ou numa cesariana;
- O tempo de internamento é habitualmente menor;
- Mesmo que ocorra a necessidade de haver episiotomia, a recuperação pós-parto é normalmente mais rápida.
Parto distócico
O que é?
Um parto distócico é, ao contrário do eutócico, um parto que requer intervenção por parte dos profissionais de saúde, nomeadamente procedimentos ou intervenções cirúrgicas.
Causas do parto distócico
Num parto normal existem contrações uterinas ritmadas, dilatação do colo do útero e descida do bebé através do canal de parto. Já no parto distócico, é possível que exista uma limitação nalgum destes pontos, originando o prolongamento do parto e a necessidade de uma intervenção médica, com o objetivo de preservar a saúde materno-fetal.
As distocias podem ter três origens:
- Materna;
- Fetal;
- Dos anexos fetais, ou seja, provenientes da placenta, cordão umbilical ou líquido amniótico.
Distocias maternas
Relaticamente às distocias maternas, existem dois tipos:
- Distocias mecânicas. Estas podem ser ósseas ou das partes moles.
As distocias ósseas afetam a posição dos ossos da pélvis, que dificultam a saída da cabeça do bebé por falta de espaço, e é diagnosticada quando a mulher está na fase de dilatação do trabalho de parto. O obstetra é o responsável pela decisão de como se irá proceder ao parto.
No caso das distocias das partes moles, estas encontram-se dentro do útero ou no canal de parto. - Distocias dinâmicas, que são um conjunto de anomalias na capacidade de contração do útero que tem interferência no parto, e que podem provocar transtornos na frequência ou na intensidade das contrações. Estas subdividem-se em hiperdinâmicas (contrações fortes ou muito frequentes), hipodinâmicas (contrações fracas ou pouco frequentes) e descoordenações uterinas (contrações não ritmadas).
Distocias fetais
No que concerne às distocias fetais, existem dois tipos de apresentação que levam a um parto instrumentalizado:
- Apresentação fetal em situação transversal ou oblíqua. Quando o feto se apresenta nestas posições, há a necessidade de prosseguir para um parto por cesariana.
- Apresentação fetal podálica (quando o bebé se encontra de nádegas para o canal de parto). Neste caso, é provável que o parto seja por cesariana, mas não se descarta a hipótese de ocorrer um parto vaginal caso se verifiquem condições para o efeito.
Como prevenir um parto distócico
De acordo com alguns especialistas, existem algumas medidas que podem evitar um parto instrumentalizado:
- É normal que as dores do trabalho de parto durem horas com alguma instabilidade na dilatação do colo do útero. No entanto, se a gestante observar alguma alteração no ritmo ou frequência das contrações é importante que informe de imediato o médico assistente.
- Mudar de posição ou caminhar durante a dor do trabalho parto aliviam a dor e ajudam o feto a posicionar-se de forma correta para vir conhecer o mundo externo.
- O apoio e suporte do pai é fulcral para a mãe durante a fase ativa de parto (1ª fase do trabalho de parto). Calma e tranquilidade é meio caminho andado para um parto com menos complicações.
- Se for detetado qualquer tipo de bloqueio motor numa fase avançada do parto, serão os anestesistas que o tentarão reduzir de forma a facilitar o normal nascimento do bebé.