A posição do bebé no parto (apresentação), ou o modo como se acomoda no útero da mãe nas últimas semanas que antecedem o trabalho de parto, é um aspeto relevante para o nascimento.
Quando o bebé não dá a volta, posicionado-se de cabeça para baixo, poderá ser necessário planear uma cesariana por ser uma opção mais segura. Conheça as várias posições que o seu bebé pode adotar no final da gravidez.
Posição do bebé no parto
O que é a “apresentação” do bebé?
A apresentação refere-se à parte do corpo do feto que pode ser tocada através do colo uterino durante o exame vaginal. A apresentação pode ser cefálica, pélvica ou de espádua.
Como é diagnosticada a posição do bebé no parto?
Nas últimas semanas da gravidez, quando o médico apalpa o seu abdómen, consegue identificar as partes do corpo do bebé e descobrir em que posição está dentro do útero.
Diagnóstico da apresentação fetal:
- Palpação abdominal (manobras de Leopold);
- Exame vaginal;
- Auscultação do foco fetal para localização dos batimentos cardíacos do bebé;
- Ecografia.
1. Apresentação cefálica
Cerca de 96% dos bebés posicionam-se de cabeça para baixo antes do parto entre a 32ª e a 38ª semana. Estando em apresentação cefálica, a posição da cabeça do feto pode adotar diferentes configurações: apresentação de bregma, apresentação de fronte ou apresentação de face.
A apresentação cefálica é a posição mais favorável para o parto normal uma vez que a cabeça do bebé está bem posicionada face ao canal de parto e a descida do corpo do bebé se faz devidamente a cada contração.
2. Apresentação pélvica
Quando o bebé está sentado
Cerca de 3% dos fetos, não dá a volta e fica atravessado no útero, com o rabo virado para o canal de parto. Esta situação pode ocorrer devido a várias causas como:
- Gravidez de gémeos;
- Alterações uterinas;
- Multiparidade;
- Miomas (tumores pélvicos);
- Excesso de líquido amniótico (hidrâmnios ou polidrâmnio);
- Diminuição de líquido aminótico (oligoâmnios ou oligoidramnia);
- Malformações fetais;
- Tipo de inserção da placenta (baixa, prévia, etc.).
Mas nem todos os bebés se sentam da mesma forma…
Os bebés podem adotar várias posições que irão influenciar o tipo de parto (vaginal ou cesariana):
- Apresentação pélvica incompleta, modo de nádegas: o bebé tem as pernas esticadas para cima com os pés ao nível da cabeça;
- Apresentação pélvica incompleta, modo de pés: o bebé tem um ou os dois pés para a frente, alinhados com a entrada do colo do útero;
- Apresentação pélvica completa: o bebé está de rabo para baixo, com as pernas dobradas sobre as coxas e encostadas ao peito.
3. Apresentação de espádua, transversa ou oblíqua
Quando a cabeça do bebé não aponta diretamente para o colo do útero
A apresentação de espádua, também designada por apresentação transversa ou oblíqua, descreve a situação em que o corpo do bebé está numa posição perpendicular em relação ao canal de parto, com a cabeça a apontar para uma das ancas da mãe em vez de diretamente para o colo do útero ou deitado de lado.
Este tipo de apresentação ocorre em aproximadamente um em cada 300 partos. As causas são múltiplas e podem incluir a prematuridade, gravidez de gémeos, anomalias uterinas, rotura prematura das membranas e placenta prévia.
A atuação clínica perante a apresentação de espádua varia segundo o diagnóstico pessoal da mãe e do bebé: idade gestacional, tamanho do bebé, posição da placenta, integridade das membranas. Contudo, devido ao risco acrescido de rotura das membranas, alguns autores propõem a cesariana eletiva às 37 semanas (bebé de termo).
Quando não há risco para a saúde e bem-estar materno-fetal pode ser tentada a manobra versão cefálica externa. O momento ideal para a sua execução ronda a 37ª semana (início do 9º mês da gestação) ou numa fase muito inicial do trabalho de parto, quando o útero ainda está relativamente relaxado.
Se o trabalho de parto já se iniciou e está tudo bem com a mãe e o bebé pode ser tentada a manobra de Kristeller no período expulsivo do parto (2ª fase do parto). No entanto, esta manobra não é totalmente isenta de riscos para a mãe e para o bebé e deve ser usada apenas em último recurso quando o bebé está em sofrimento ou para evitar uma cesariana.