Rastreio positivo HPV na gravidez. Na gravidez,presença de um teste de rastreio positivo (por exemplo, uma citologia anormal) requer um estudo semelhante ao praticado na mulher não grávida.
A colposcopia constitui a técnica de eleição para esta finalidade, sendo um método insubstituível do protocolo de diagnóstico e tratamento das lesões intraepiteliais e do cancro do colo do útero precocemente invasivo do trato genital inferior.
O diagnóstico final deve sempre integrar a informação clínica e colposcópica, juntamente com os resultados laboratoriais (citologia, biópsia, detecção de HPV, etc.).
Rastreio positivo HPV na gravidez
A deteção durante a gravidez de um teste Vírus do Papiloma Humano (HPV) positivo não deve modificar a conduta de controlo evolutivo da gravidez, nem o tipo de parto proposto.
Existe uma baixa resposta imunológica em resposta a uma infeção por Vírus do Papiloma Humano durante os 2 primeiros trimestres da gravidez.
Esta resposta é recuperada de forma intensa no princípio do 3º trimestre e acentua-se no pós-parto, levando com elevada frequência ao desaparecimento da infeção (Nobbenhuis MA et al. Brit J Cancer 2002).
A biópsia dirigida sob colposcopia está indicada nos casos em que é necessário excluir a existência de invasão.
Em que altura da gravidez pode ser realizada a colposcopia?
Pode realizar-se em qualquer momento da gravidez, desde que sejam adoptadas precauções para uma hemostase correcta.
A conização durante a gravidez deve restringir-se ao máximo pela morbilidade associada, especialmente no 2º e 3º trimestre, e só deve realizar-se se houver forte suspeita de invasão.
Tipo de parto e tratamento
Na ausência de cancro invasor recomenda-se parto vaginal e o tratamento de qualquer tipo de grau de displasia deve ser realizado 3 meses após o parto e após nova avaliação.
As grávidas com história de condilomas genitais (doença sexualmente transmissível) têm um risco de 7/1000 partos de que o filho possa desenvolver uma papilomatose das vias respiratórias (formação de verrugas ao longo das vias respiratórias).
Os partos prolongados por mais de 10 horas duplicam este risco.
No entanto, os partos por cesariana não diminuem este risco (Silverberg MJ et al. Obstet Gynecol 2003). Desconhece-se a eficácia do tratamento dos condilomas na prevenção da transmissão vertical da infeção.
O HPV, ou Vírus do Papiloma Humano, é responsável por um elevado número de infeções, que na maioria das vezes são assintomáticas e de regressão espontânea.
Esta é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial.
Pode originar lesões benignas, como as verrugas, os condilomas e as lesões benignas da orofaringe, e, em situações relativamente raras, pode evoluir para cancro, com destaque especial para o cancro do colo do útero.
As infeções genitais por HPV são, geralmente, transmitidas por via sexual, através do contacto direto com a pele ou mucosa, e, mais raramente, durante o parto. (1)
Bibliografia: Portugal, Administração Regional de Saúde do Norte, IP, Departamento de Estudos e Planeamento, Coordenação Regional dos Rastreios Oncológicos. Manual de Procedimentos do Rastreio do Cancro do Colo do Útero – Unidades de Patologia Cervical. Porto: ARSN, 2009
(1) Hospital CUF (https://www.saudecuf.pt/mais-saude/doencas-a-z/hpv-virus-do-papiloma-humano) [visitado em 20 de abril de 2017]