A síndrome de transfusão feto-fetal é uma complicação que pode ocorrer em gestações de gémeos em que os dois bebés dividem a mesma placenta (gravidez monocoriónicas) mas cada um se desenvolve dentro da sua própria bolsas amniótica.
Síndrome de transfusão feto-fetal
Quando ocorre um desequilíbrio no fluxo de sangue entre os dois bebés, ou seja, quando um dos bebés recebe mais sangue do que o outro o que resulta em complicações graves para ambos os fetos.
Daqui resulta que um dos bebés (designado “recetor”) recebe mais nutrientes e fica mais desenvolvido do que o outro (chamado “dador”). O bebé dador recebe menos nutrientes, desenvolve-se mais lentamente e é mais pequeno.
Por outro lado, a bolsa do bebé maior tem mais líquido amniótico (hidrâmnios ou polidrâmnio) e a bexiga cheia enquanto que o bebé mais pequeno fica anémico, tem pouco líquido amniótico (oligoâmnios ou oligoidramnia) e a bexiga vazia.
Síndrome de transfusão feto-fetal: recetor e dador
Fonte: Google
- Bebé recetor: Líquido amniótico aumentado, bexiga cheia.
- Bebé dador: líquido amniótico reduzido, bexiga vazia (a bexiga pode não ser vista na ecografia ou ser difícil localizá-la).
Diagnóstico da síndrome de transfusão feto-fetal
Esta síndrome é diagnosticada através de ecografia, quando um dos bebés é visivelmente maior do que o outro.
A diferença acentuada do tamanho entre dois bebés com a mesma idade gestacional é um indicador de que os nutrientes fornecidos pela placenta partilhada não estão a ser divididos de igual forma entre os irmãos.
Daqui resulta o grande crescimento de um bebé enquanto o outro se mantém pequeno.
A síndrome de transfusão feto-fetal pode dar origem a complicações como:
- Morte fetal;
- Rutura das membranas amnióticas (ver Rutura prematura de membranas e parto);
- Parto prematuro.
Tratamento da síndrome de transfusão feto-fetal
Este tipo de complicação exige intervenção médica para evitar problemas de saúde graves para ambos os bebés.
Quando ocorre antes das 28 semanas da gravidez, pode levar à perda fetal, morte no pós-parto e sequelas nos bebés que conseguem sobreviver (mas que são ainda muito prematuros).
Poderá ser tentada a amniocentese para reduzir o volume de líquido amniótico da bolsa amniótica do bebé recetor. Este procedimento é realizado ao longo da gestação, sempre que o volume de líquido amniótico o justificar. O principal objetivo desta técnica é o de prolongar a gravidez o mais possível para evitar o nascimento dos bebés antes do tempo.
O tratamento por laser poderá ser outra hipótese de tratamento. Este procedimento tem como objetivo interromper a troca sanguínea entre os dois bebés através da coagulação a laser dos vasos placentários e, assim, tentar equilibrar o fornecimento de nutrientes entre ambos os bebés.
Veja como se forma e qual a função da placenta na gravidez.