Muitas mulheres podem sofrer de enxaquecas na gravidez. Pode nem nunca ter sofrido com este tipo de cefaleias (ou por outras palavras, dores de cabeça), mas é relativamente comum que as gestantes tenham enxaquecas devido às alterações hormonais na gravidez.
Enxaquecas na gravidez
É comum as enxaquecas surgirem no 1º trimestre de gravidez e permanecerem até ao 3º trimestre ou desaparecerem no 2º trimestre de gravidez. Tal deve-se novamente às mudanças hormonais (durante a gravidez, as hormonas presentes no corpo da mulher são equivalentes aos altos e baixos da montanha-russa).
A neurologista Eliana Meire Melhado explicou, em dclarações à revista Crescer, a razão deste acontecimento:
“Os baixos níveis de estrogénio podem favorecer o aparecimento da dor de cabeça. Já, no final da gravidez, como está a aumentar, garante a ‘proteção’ [contra as dores de cabeça].”
Após o nascimento do bebé, a tendência é de que o corpo volte a reagir como antes da conceção. No entanto, não existem evidências exatas que possam comprovar que isso acontece de facto.
Ou seja, uma vez que o estrogénio cai a pique depois do parto, as crises de enxaqueca podem voltar, embora com menor intensidade ou ainda mais intensas. Se a gravidez tiver sido um fator desencadeante para este tipo de cefaleias, talvez seja necessário consultar um médico e fazer um diagnóstico e tratamento adequado.
Tratamento
No caso da mulher já ter histórico de enxaquecas, é aconselhável que faça um tratamento preventivo antes ainda da conceção. No entanto, caso não seja possível, é essencial “ir à fonte” descobrir o que a desencadeou e, posteriormente, tratá-la.
Ainda que o ideal seja identificar e tratar o problema antes da gestação, nem sempre isso é possível, e como tal, assim que descoberta a condição há que trabalhar numa solução.
Se a grávida tiver enxaquecas com um quadro sintomatológico muito intenso (sensibilidade à luz, vómitos, náuseas) é preferível tomar medicação a sofrer horrores. De notar que a automedicação não é aconselhada, nem tão pouco incentivada. Os fármacos só devem ser tomados se prescritos por um neurologista e com a respetiva indicação de posologia.
É normal que o neurologista e obstetra se reúnam para debater a prescrição de medicação.
Existe, porém, outras opções para amenizar a dor, tais como fisioterapia, hidroterapia, acupuntura, uma alimentação saudável na gravidez, a correta ingestão de água e a prática de exercício físico na gravidez.
Como evitar as enxaquecas na gravidez
Apesar de, na maioria das vezes, a enxaqueca ser causada pelas alterações hormonais, é importante tentar identificar os fatores que podem aumentar o risco de novas crises, tais como:
- Stress e ansiedade;
- Alimentação;
- Lugares com muito barulho e muita luz;
- Exercício físico.
O preenchimento de um diário sobre a rotina, o surgimento da dor de cabeça, a duração e o local onde esta manifesta podem ajudar a detetar a possível causa e, por conseguinte, obter um diagnóstico e tratamento adequado.
As enxaquecas na gravidez são perigosas para o bebé?
Normalmente não, mas para ter a certeza deve procurar um médico para que seja feito um diagnóstico correto e saber como agir em caso de crise. Além disso, pode ser um sintoma de pré-eclâmpsia, uma complicação na gravidez.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Portanto, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.