“A maternidade é a maior e a mais definitiva de todas as viagens.” Luísa Pinto. A Luísa é mãe e adora viajar. Largou o emprego com que sonhara para concretizar um outro sonho: uma volta ao mundo, com a sua filha a quem carinhosamente chama Pikitim, e com o seu marido.
Entrevista: Diário de Pikitim
O Diário de Pikitim é uma inspiração, quer goste ou não de viajar. Ficamos rendidos à simplicidade e facilidade com que a Luísa fala de uma volta ao mundo com uma criança pequena e também como, através dos olhos da sua Pikitim, descobriu um mundo ainda mais bonito e divertido.
Quer vá para perto ou para longe, passe pelo Diário de Pikitim – www.pikitim.com e veja como é tão fácil viajar com uma criança, porque uma criança precisa de muito pouco para ser feliz!
1. Qual o país que mais gostou de mostrar à Pikitim?
Nós tentamos planear um itinerário que tivesse alguma diversificação – para que ela tanto pudesse ver o deserto na Austrália como os glaciares da Nova Zelândia, vulcões ativos e praias paradisíacas, culturas e religiões muito diferentes.
Esta diferença, esta diversidade é, sem dúvida, o mais marcante e isso foi o que mais gostei de mostrar à Pikitim. Se tivermos de reduzir tudo a um único país, terei de me referir àquele que mais me marcou, e a ela também.
Refiro-me a Vanuatu, um arquipélago perdido no meio do Oceano Pacifico. Vanuatu foi, até há relativamente pouco tempo, um “condomínio” gerido por franceses e ingleses; agora, é um Estado independente, um conjunto de ilhas (que desenham a forma de um Y) onde se falam essas duas línguas e centenas de dialetos.
É por ser ainda um país muito pouco explorado, longe física e culturalmente de tudo o que nós conhecemos no mundo ocidental que achamos a experiência tão fascinante. Foi o sítio mais primitivo, mais genuíno em que pernoitamos. Não havia conforto material. E foi uma experiência e tanto.
A Pikitim não se vai esquecer tão depressa dos meninos que não usam tecidos nem camisolas, apenas vestem as roupas que lhes dá a natureza – saias de palha!
2. Qual o país que a Pikitim mais gostou de conhecer e porquê?
Ela costuma dizer que é a Nova Zelândia. Chegou a dizer, enquanto lá estávamos que, se não fosse tão frio e lá falassem português, seria o país onde gostaria de morar. Porquê? Talvez porque é o país onde a natureza foi mais generosa. Em beleza, em diversidade, em qualidade. Ela ficou fascinada com as paisagens e com os Maoris.
É impressionante como uma criança de cinco anos se deixa impactar pela natureza, não é? Mas eles não são felizes apenas nos parques temáticos, como a Disney, ou com jogos eletrónicos. Não mesmo! E esta eleição da Pikitim (que também tem jogos eletrónicos e também já foi à Disney) está ai para o provar…
3. Quais as dicas mais importantes que dá a quem viaja com crianças?
A dica mais importante de todas é não complicar. Não achar que as coisas vão correr mal – se conseguirmos fazer isso, tenho a certeza de que é mais do que meio caminho andado para que as coisas corram, de facto, bem. Só temos de deixar as coisas acontecerem com naturalidade, mais ao ritmo das crianças do que ao nosso.
Creio que ajuda saber que tudo o que as crianças precisam para estarem bem e felizes é estarem na companhia dos pais. Esse é o seu maior conforto. Sei que não precisam de todos os brinquedos e tralhas que têm em casa, nem precisam de muitas mudas de roupa, nem de viverem em redomas. Em todo o lado do mundo há crianças.
4. Que destino sugere a famílias com filhos e orçamentos limitados (até 1500€) para férias?
Depende do número de elementos da família e da idade das crianças. Isso pesa sobretudo quando estamos a falar de viagens de avião (nas companhias de bandeira os bebés até dois anos pagam uma tarifa simbólica, de cerca de dez por cento).
Mas lembro-me de dois destinos onde seria possível fazer esticar esse orçamento, e que cumpririam na perfeição aquilo que eu acho que as crianças e as famílias gostam de ter durante as ferias: praia, e muita possibilidade de conhecimento e diversão.
Um é já aqui ao lado: a Barcelona de Gaudi. Acho que Barcelona tem tudo o que uma família precisa e tem também low-costs pelo que, com tempo e com sorte, se conseguem boas tarifas. Tem também hostels e apart-hotéis que permitem tornar o preço de uma diária suportável.
Noutro registo completamente diferente, temos o destino Cabo Verde, que pode ser muito acessível. Praias, mornas (tipo de canção e dança populares de Cabo Verde)? e coladeras (música ritmada, típica de Cabo Verde) e uma cultura muito diferente, apesar de falarem a mesma língua.
Não posso deixar de sugerir um destino em Portugal e que eu acho igualmente incrível: os Açores! É aproveitar que a TAP e algumas agências de viagem estão a fazer uma promoção em que as crianças não pagam nem voo nem estadia.
5. Em que medida acha que o facto de uma criança viajar poderá contribuir para o desenvolvimento da sua personalidade?
O contacto com outras culturas, com a diversidade, vai necessariamente aumentar a sua tolerância e a sua perspicácia.
Mais do que ler nos livros ou ver nos filmes e na televisão, é com as mãos na terra que se plantam todas as sementes que vão ajudar os nossos filhos a crescer neste mundo cada vez mais global.
Ou, melhor dizendo, e neste caso, é com os pés na terra que se percorrem os trilhos que vão fazer deles cidadãos do mundo. Cidadãos que compreendem e que interpretam, que buscam o conhecimento e procuram a coabitação.
6. De todos os locais/País que conheceu, qual o que mais gostou?
Fiquei profundamente tocada pela beleza natural da Nova Zelândia.
Luísa Pinto, Diário de Pikitim