Eu sei que um post com este título, a ditadura da amamentação, é forte e pode ferir pessoas mais conservadoras no que toca a este tema tão sensível, mas leiam primeiro antes de formar opiniões!
Sou totalmente a favor da amamentação, sempre. Sempre que possível e sempre que a mulher queira. Fundamentalismos à parte, se uma mulher bem informada, não quer, não consegue, não gosta, respeito. Digo muitas vezes aos meus filhos que é maravilhoso não gostarmos todos do mesmo e temos que respeitar quem não gosta nem quer o mesmo que nós, mesmo que tenhamos dificuldade em compreender.
Eu não amamentei o meu filho, não que não fosse essa a minha vontade, mas vivi com o nascimento do meu primeiro filho o momento mais negro da minha vida (um dia falarei desse momento) e o leite apareceu e desapareceu, como que por magia. Portanto, penso que nem um mês lhe dei de mamar e, quando dei, a maior parte das vezes nem foi na mama, tirava o leite e dava-lhe o biberão.
Encerrei esse assunto sem nenhum drama, não deu, paciência. Segui em frente. De facto, naquele momento da minha vida, tinha outra preocupação muito mais importante. A única coisa que eu realmente queria, era que o meu filho se alimentasse. Já com a minha filha o caso foi outro e dei de mamar até aos 11 meses, altura em que ela decidiu não querer mais. Curiosa e destemida como ela é, o mundo começou a chamá-la com tantas distrações que as minhas mamas perderam todo o interesse. Ela começou a não querer e arrumei o assunto.
E porque estou a falar disto? Porque vivi as duas situações. Dei de mamar a um e não dei de mamar a outro. Conheço os dois lados deste romance. E, porque sei que mães que só vivem um lado, o de não darem de mamar, por vezes sentem-se inferiores, sentem que lhes falta alguma coisa.
E, agora que me desculpem as defensoras mais acérrimas da amamentação, mas a questão do vínculo emocional, do sentimento que cresce ao amamentar, do amor desmedido, também existe quando se pega num biberão. O sentimento que nutrimos pelos nossos filhos é igual, saia o leite por onde sair.
O amor, a paixão, o vínculo emocional são os mesmos. Uma mãe que não amamenta sente, exatamente, o mesmo pelo seu filho. E o filho que não é amamentado, sente exatamente o mesmo pela mãe. Mãe é mãe e isso diz tudo. Mãe é quem cria, é quem dá amor, quem alimenta, quem segura, quem dá colo, quem limpa as lágrimas, quem ouve, quem acorda de noite, quem ampara, quem está sempre lá. Mãe é mãe independentemente se deu de mamar, ou não, se é mãe de sangue ou não.
Considero importante que se defenda a amamentação com todas as forças, porque é o melhor para os bebés, é gratuito e, para mim, estes dois argumentos são mais que suficientes. Mas, igualmente importante, é não fazer com que uma mãe que não amamente, se sinta inferior ou “menos” mãe.
Nunca notei nenhuma diferença nos meus filhos. Nenhuma. Eles olham para mim da mesma forma, e eu amo-os por igual. Para mim, o sentimento de ter o nosso bebé aninhado nos braços é tão avassalador, que o facto de não lhes dar de mamar não é determinante no vínculo que existe entre a mãe e os seus filhos. Para mim, claro!
Alguém mais conhece os dois lados da amamentação? Sentem o mesmo que eu?