A Organização as Nações Unidas (ONU) transmitiu esta semana um apelo mundial. A má nutrição infantil no Iémen atingiu os níveis mais elevados desde o início da guerra no país. Situação piorada pela pandemia de Covid-19. Pelo menos 98 mil crianças no Iémen correm risco de vida.
A desnutrição afeta as crianças daquele país árabe, desde 2014. MAis de meio milhão de casos de desnutrição aguda, em menos de cinco anos de idade, foram registados no sul, sendo que a situação a norte do Iémen, com poucos registos, pode ser equivalente.
A ONU alertou para o agravamento da situação com a pandemia de Covid-19 e doações insuficientes, fatores que agravaram a crise humanitária.
A ONU já tinha lamentado, em março de 2017, que a guerra opondo o Governo iemenita aos rebeldes Huthis tivesse gerado neste país pobre da península arábica a pior crise humanitária do mundo.
Os dados conhecidos relativos aos últimos cinco anos foram registados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Segundo relatório comum a estas agências, as investigações a norte indicam uma situação igualmente preocupante.
Pelo menos 98 mil crianças no Iémen correm elevado risco de morrer, se não receberem tratamento urgente, ao sofrerem de desnutrição severa, que aumentou 15,5% dentro deste grupo já afetado.
Em comunicado, a ONU resumiu que “O aumento do conflito e o declínio económico, juntamente com o forte impacto da pandemia da Covid-19, empurraram uma população já exausta para a beira do precipício”.
As Nações Unidas adiantaram também que os programas de ajuda, mesmo os de ajuda alimentar urgente, foram sendo interrompidos, à medida que o financiamento terminou. Devido à guerra, mais de 24 milhões de pessoas, perto de 80% da população do Iémen, dependem de ajuda humanitária.
Segundo a ONU, até meados de outubro apenas tinham sido pagos 1,2 mil milhões de euros, dos 2,7 mil milhões necessários para financiar os programas de assistência ao Iémen. A ajuda essencial foi reduzida em 300 centros de saúde e mais de um terço dos programas humanitários em curso naquele país foram reduzidos ou suspensos.
Na altura, um funcionário da ONU disse ao Conselho de Segurança que vários doadores, incluindo a Arábia Saudita que intervém militarmente no Iémen ao lado do governo, não cumpriram as suas promessas de ajuda.
29 de outubro 2020