Um adesivo experimental para a pele tem revelado bons resultados no tratamento para a alergia a amendoim em bebés altamente alérgicos. O estudo, que está a ser realizado nos Estados Unidos, debruça-se sobre o papel do medicamento do adesivo em treinar o corpo do bebé para lidar com o consumo acidental.
A alergia ao amendoim é das mais comuns e perigosas das alergias alimentares, com os pais de crianças alérgicas constantemente em sobreaviso contra exposições que possam transformar festas de aniversário ou brincadeiras em idas às urgências, segundo noticiou a agência Associated Press (AP).
No caso de bebés alérgicos, não existe qualquer tratamento. O único existente é para crianças de 4 anos ou mais, que podem consumir um pó de amendoim especial para proteger contra uma reação mais grave. Agora, o adesivo em estudo, de nome Viaskin, pretende fornecer esse tipo de tratamento através da pele para crianças menores de quatro anos.
Um teste dos investigadores que estão a desenvolver o adesivo, com crianças entre 1 a 3 anos, ajudou aqueles que não toleravam nem uma pequena fração de amendoim, a comer alguns pedaços com segurança. Com mais testes adicionais, os adesivos podem preencher uma lacuna no tratamento a esta alergia em particular.
Cerca de 2% das crianças norte-americanas são alérgicas a amendoim, algumas tão severamente que mesmo uma pequena quantidade pode causar uma reação com risco de vida. O sistema imunológico reage intensamente a alimentos que contêm amendoim, desencadeando uma cascata inflamatória que causa urticária, respiração ofegante ou pior.
O adesivo Viaskin é revestido com uma pequena quantidade de proteína de amendoim que é absorvida pela pele. Um adesivo diário é utilizado entre as omoplatas, onde os bebés não conseguem retirá-lo.
No novo estudo, 362 crianças com alergia ao amendoim foram testadas primeiro para ver o quão alta dose de proteína de amendoim poderiam tolerar. Em seguida, foram designados aleatoriamente para usar o adesivo Viaskin ou um adesivo falso todos os dias.
Após um ano de tratamento, as crianças foram testadas novamente e cerca de dois terços que usaram o adesivo real conseguiram ingerir com segurança mais amendoins, o equivalente a três a quatro, face a um terço em comparação com os que receberam adesivos falsos.
11 de maio 2023