O alerta é feito pela diretora-executiva da UNICEF Henrietta Fore: cerca de 10 milhões de crianças no Afeganistão precisam de assistência humanitária para sobreviver. “Estima-se que um milhão de crianças irá sofrer de subnutrição aguda grave ao longo deste ano e que poderão morrer sem tratamento”.
As previsões indicam que além dos conflitos políticos, uma seca grave, consequências económicas da pandemia e o início do inverno vão ser fatores determinantes para o aumento da necessidade da assistência humanitária. Segundo Henrietta Fore, desde janeiro de 2021, a ONU documentou mais de duas mil violações graves dos direitos das crianças. Será necessário garantir alimentação, saneamento e imunizações.
A UNICEF partilhou as preocupações da sua diretora em comunicado enviado às redações. É revelado que também segundo dados da ONU, 4,2 milhões de crianças estão fora da escola, no Afeganistão. “Esta é a triste realidade que as crianças afegãs enfrentam, independentemente dos desenvolvimentos políticos em curso e das mudanças de governo”.
A UNICEF vai permanecer no terreno, onde contribuiu, entre muitas outras ações, ao longo dos últimos 20 anos para o acesso das raparigas à educação. “(…) é vital que estes ganhos sejam preservados e que os esforços de defesa e promoção dos seus direitos continuem para que todas as raparigas no Afeganistão recebam uma educação de qualidade”, lê-se ainda no comunicado.
No passado domingo, a UNICEF e a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediram que seja estabelecida uma ponte aérea, uma vez que o aeroporto de Cabul mantém suspensos os voos comerciais após a tomada de poder do país por parte dos talibãs.
Os talibã entraram em Cabul, capital do Afeganistão no passado dia 15 de agosto, quase sem encontrarem resistência, depois de uma ofensiva que começou em maio, de 2021, quando as forças dos Estados Unidos da América e da NATO se começaram a retirar.
24 de agosto 2021