Um novo estudo indicou que a toma de uma dose baixa de aspirina poderá ajudar a prevenir um aborto espontâneo em mulheres que tenham abortado espontaneamente anteriormente.
Os resultados foram verificados em mulheres que aderiram, de forma rigorosa, à toma de uma dosagem de 81 miligramas diariamente, no mínimo quatro dia por semana.
Ainda não se descobriu exatamente quais são os fatores que explicam este benefício da aspirina na prevenção do aborto espontâneo.
Contudo, o certo é que “a aspirina é um anti-inflamatório e num determinado subgrupo de mulheres, o aborto espontâneo pode ser o resultado de uma inflamação subjacente”, apontou o investigador principal do estudo, Ashley Naimi, docente de epidemiologia na Universidade de Emory, Estados-Unidos.
Este estudo contou com a participação de 1227 mulheres, com 18 a 40 anos de idade. As mulheres já tinham tido um ou dois abortos espontâneos e estavam a tentar engravidar novamente.
Foi observado que, em cada 100 mulheres, as que tinham tomado cinco a sete vezes por semana a aspirina surgiram oito gravidezes adicionais. Este grupo de mulheres registava ainda 15 nascimentos adicionais de nados-vivos e menos seis abortos espontâneos.
O segredo está no seguimento rigoroso do tratamento
As mulheres que que tomaram pelo menos quatro vezes por semana a dosagem de aspirina de 81 miligramas apresentavam os mesmos resultados. Estes dados referem-se a um comparação com o grupo das participantes que tomaram um placebo.
A chave do sucesso com as gravidezes foi, pois, o seguimento rigoroso do tratamento com aspirina.
Estes achados são o resultado de uma nova análise dos dados de um estudo conduzido anteriormente. A análise anterior não tinha encontrado uma diferença significativa entre as mulheres que tinham tomado aspirina e as que tinham tomado um placebo.
Muitas mulheres no ensaio científico não tinham aderido de forma rigorosa ao tratamento quando tentavam engravidar; o mesmo se verificou naquelas que tinham engravidado e deixaram de tomar o fármaco devido aos efeitos secundários como vómitos, problemas de estômago e risco de hemorragia, explicou Ashley Naimi.
“A aspirina neste grupo de mulheres pode desempenhar um papel importante em reduzir o risco de perda da gravidez, mas têm que seguir o regime rigorosamente”, observou.
Finalmente, o estudo demonstrou ainda que começar a tomar aspirina antes de engravidar, também faz a diferença. “O efeito benéfico da aspirina foi mais acentuado nas mulheres que começaram a toma antes da gravidez e menos acentuado nas que começaram a tomá-la após a sexta semana de gestação“, concluiu o investigador.
Não obstante, o investigador sublinhou que qualquer grávida que queira iniciar um tratamento com aspirina, só o deve fazer após a aprovação do seu médico. O mesmo se aplica a qualquer mulher que planeie engravidar.
O estudo foi publicado esta semana na revista Annals of Internal Medicine. Clique aqui para aceder ao estudo completo.
28 de janeiro de 2021
Antes de tomar qualquer medicamento/suplemento alimentar ou outro consulte o seu médico. Lembre-se que a automedicação pode ter consequências graves.