Um recente estudo da revista científica JAMA Pediatrics identificou que o nível de atividade física de crianças diminuiu cerca de 20%, em contexto de pandemia. Os investigadores do estudo, publicado na passada segunda-feira, consideram que estes dados são indicação dos riscos provocados por confinamentos e encerramento de escolas.
Os dados foram recolhidos a partir de pesquisas de 22 estudos de diferentes países, com uma amostra total de 14 mil crianças, entre 1 de janeiro de 2021 e 1 de janeiro de 2022. A redução de tempo de exercício moderado a intenso foi, em média, de 17 minutos. A atividade física realizada por crianças, considerada mais intensa, diminuiu em 32%.
A quebra de 17 minutos representa uma redução de um terço da atividade física recomendada para crianças pequenas e em idade escolar, de maneira a promover a boa saúde física e o saudável funcionamento psicossocial, o estudo encontrado.
Este estudo alerta para os efeitos da pandemia, que podem representar um ponto de viragem no desenvolvimento infantil. Efeitos que se vão verificar, não só em termos de atividade física, como também na falta de criação de hábitos saudáveis, que poderão também ter impacto na saúde mental dos mais jovens.
As crianças com acesso consistente a espaços exteriores apresentaram o dobro da probabilidade de cumprir as diretrizes de atividade física, enquanto as crianças que viviam em zonas mais frias enfrentavam uma redução ainda mais significativa da actividade física (37%) quando as restrições pandémicas eram agravadas pelas condições climatéricas.
A investigação defende que existe uma necessidade urgente de organizar iniciativas que promovam o interesse das crianças para a prática de exercício físico. Iniciativas que se devem manter após o período de pandemia.
Segundo a revista Forbes, 1.5 biliões de crianças, em todo o mundo, foram afetadas pelo encerramento das escolas, ao perderem além das aulas de educação física, as atividades extra-curriculares de caráter desportivo.
15 de julho 2022