O Gabinete Europeu do Ambiente (EEB) diz que cerca de 90% dos bebés europeus são expostos a fraldas tóxicas, que podem causar problemas de saúde graves. O EEB acusa as instituições europeias de estarem a par do problema e não agirem para o evitar.
O EEB, constituído por uma rede europeia de mais de 170 organizações ligadas ao ambiente, explica que a contaminação das fraldas foi revelada há anos. O alerta por parte da organização francesa para a segurança sanitária, foi feito em 2018. Até ao momento não foi criada nenhuma legislação para proteger os consumidores.
As autoridades francesas dizem que 90% dos bebés europeus foram expostos a contaminação química através de fraldas tóxicas vendidas por toda a Europa nos últimos anos. Contaminação esta que pode dar origem a doenças e problemas de saúde graves.
A Comissão Europeia tinha um prazo de três meses para apresentar uma proposta para restringir o uso de produtos químicos em fraldas, na sequência de um pedido francês feito a 20 de abril. O prazo voltou a falhar no final de julho.
A agência francesa para a segurança sanitária testou, durante 2018 e 2019, as marcas de fraldas descartáveis mais vendidas, encontrando 38 produtos químicos que representam risco muito grave. Um deles foi o formaldeído, classificado como cancerígeno e que já é proibido em brinquedos.
A mesma substância voltou a ser detetada em 2020, numa análise posterior. Foi feito novo pedido à União Europeia que limitasse o uso de químicos na produção de fraldas, o que ainda não foi feito, mesmo depois de 21 organizações não-governamentais escreverem à Comissão Europeia, afirmando que as consequências para a saúde das crianças poderiam ser irreversíveis.
Segundo dados desta mesma instituição, são fabricadas mil fraldas por minuto na Europa, sendo que o mercado vale sete mil milhões de euros por ano, sendo dominado por duas marcas, Pampers (36%) e Huggies (26%). E que mais de 90% dos pais europeus as utilizam desde os anos 1990.
2 de agosto 2022