Desde o início do regresso às aulas, que crianças e adolescentes lideram aumento das infeções pelo novo coronavirus. Os menores de 20 anos constituem os grupos etários em que mais se confirmaram casos de Covid-19, desde o início do ano letivo.
As consultas nos centros de saúde, por causa da Covid-19 também aumentaram, em crianças e jovens destas idades. Segundo dados apurados pela TSF, entre 13 de setembro (um dia antes do reinício das aulas) e 13 de outubro, nas crianças com menos de 10 anos, a subida foi de 52,7% (1312 infeções confirmadas).
A subida foi mais acentuada nas idades entre os 10 e os 19 anos: mais 2126 casos, um aumento de 64,8%. Direção-Geral de Saúde e médicos alertam que o maior perigo é para os avós e familiares mais velhos destas crianças e adolescentes.
Nos restante grupos etários, verificou-.se um aumento bastante reduzido, apesar de o crescimento ser algo comum a todos, como se tem vindo a verificar nos últimos dias.
A faixa etária entre os 20 e os 29 anos é o terceiro grupo em que mais se contabilizam novas infeções, representando um aumento de 42,7%. Entre os 30 e os 49 anos, regista-se um aumento de 39%; sendoque entre os 50 e 0s 79 anos, o aumento é de 37%.
Na faixa etária dos maiores de 80 anos, considerado o grupo de maior risco em termos de complicações, as infeções pelo novo coronavirus aumentaram “apenas” 25%.
O aumento do número de infeções acaba também por se refletir no aumento do número de consultas para os mais novos, nos centros de saúde. Um aumento muito mais notado nas idades dos 0 aos 19 anos, ultrapassando, ao contrário de todas as outras faixas etárias, os níveis do anterior pico da pandemia, em abril, durante o estado de emergência.
Em declarações à TSF, Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, não se mostrou surpreendido com estes dados. Faz notar que estes casos são muito menos preocupantes do que se ocorressem em gerações mais velhas.
Rui Nogueira recorda que o maior risco destes casos, nos grupos de crianças e adolescentes com menos de 20 anos, é o contágio dos idosos, sobretudo aqueles que têm mais de 80 anos.
O responsável defende cuidado e cautela, sublinhando que não é seguro que os netos convivam com os avós enquanto não houver uma vacina, enquanto sublinha a importância de dar mais apoio aos lares de idosos.
14 de outubro 2020