Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) determinou que as crianças que frequentam escolas em áreas mais próximas de áreas urbanas ou construídas, têm maior risco de obesidade.
A investigação do Instituto envolveu 845 crianças, de vinte escolas do Porto e foi publicado na revista científica European Journal of Pediatrics. As conclusões foram também divulgadas na página oficial da Universidade do Porto e foi comprovado um maior risco de obesidade em crianças que estudam em áreas urbanas.
Segundo o estudo, “as crianças que frequentam escolas com maior proximidade a áreas construídas e com menos espaços verdes apresentam um maior risco de desenvolverem obesidade”. O estudo analisou e estudou espaços que se localizavam a uma distânica de 500 metros de vinte escolas do município do Porto.
Foi avaliado o número de áreas verdes e espaços construídos e mais urbanos, na envolvente das instituições de ensino. Foi também avaliada a composição corporal, peso e altura de 845 crianças dos 3º e 4º anos do 1º ciclo do ensino básico.
As crianças em escolas mais próximas de áreas construídas apresentaram um índice de massa corporal (IMC) superior, em relação àquelas que estudam em estabelecimentos de ensino mais próximos de áreas verdes e com menos construção.
O ISPUPexplica estes resultados devido ao facto que nas áreas construídas, o espaço exterior à escola não é favorável à prática de atividade e ao facto de estas crianças estarem mais expostas a elementos poluentes, como po exemplo, o tráfego automóvel. Este último fator implica um aumento de resistência à leptina, hormona associada ao desenvolvimento da obesidade.
Inês Paciência, primeira autora do estudo, destaca como os fatores ambientais desempenha um papel muito importante nos comportamentos diários individuais das crianças, que consequentemente vai influenciar a regulação do peso.
A investigadora sublinhou que estes resultados são prova da importância da necessidade da criação e definição de políticas que visem a crianção de espaços verdes, que envolvam as escolas. Na investigação, coordenada por André Moreira e Pedro Moreira, participaram ainda oito investigadores do ISPUP.
23 de junho 2021