Durante o ano de 2021, cerca de cinco milhões de crianças morreram por falta de cuidados de saúde. A ONU (Organização das Nações Unidas) lança o alerta para este número de mortes infantis, já que muitas poderiam ter sido evitadas.
O Grupo Interinstitucional das Nações Unidas para a Estimativa da Mortalidade Infantil (UN IGME, na sigla em inglês), é a entidade responsável pelo relatório onde estão divulgados estes dados. “Muitas destas mortes poderiam ter sido evitadas através de um acesso equitativo a cuidados de saúde maternos, neonatais e infantis de qualidade”, consideram. O grupo acrescenta ainda que 1,9 milhões de bebés foram nados mortos, também em 2021, por falta de cuidados de saúde primários durante a gravidez das mães.
Vidhya Ganesh, diretora da Divisão de Análise de Dados, Planeamento e Monitorização da UNICEF, defende que só será possível mudar estes números, “se houver vontade política forte e investimento no acesso equitativo a cuidados de saúde primários de todas as mulheres e crianças”.
Apesar do impacto destes números tão altos, já se verifica uma evolução positiva em todas as faixas etárias relativamente ao ano 2000, verificando que atualmente o risco de morte é muito menor. A taxa global de mortalidade de menores nos primeiros cinco anos de vida caiu 50% desde o início do século, enquanto a taxa de nados mortos diminuiu 35%.
Ainda assim, as melhorias registadas entre 2000 e 2010 diminuíram significativamente a partir deste último ano da primeira década. 54 países não vão conseguir atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (a chamada Agenda 2030 que é composta 17) para a mortalidade de menores de cinco anos.
Estabelecidos em 2015 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, estas metas definem que a taxa global de mortalidade materna deve reduzir, até 2030, para menos de 70 mortes por cada 100.000 nascimentos.
As várias entidades englobadas pela ONU dizem ser “extremamente injusto” que a probabilidade de sobrevivência de uma criança ser condicionada pelo local de nascimento.
“Qualquer criança, de qualquer local, precisa de um sistema forte de cuidados primários de saúde, que atenda às suas necessidades e às das suas famílias, para que – nasçam onde nascerem – tenham o melhor começo e esperança no futuro”.
10 de janeiro 2022