Uma investigação da empresa biofarmacêutica Ferring, concluiu que em Portugal, 10% das crianças entre os quatro e os sete anos de idade, ainda urinam na cama, regularmente e de forma involuntária. Este fenómeno tem o nome de enurese e hoje assinala-se o seu Dia Mundial.
A enurese é uma disfunção que envolve a perda urinária involuntária, durante a noite. E, crianças com mais de cinco anos de idade, pode ter consequências prejudiciais no dia-a-dia, visto que os leva a evitar participar em atividades em que tenham de passar a noite fora de casa.
A enurese é mais do que simplesmente um problema de crianças que ainda urinam na cama sendo mais “crescidas”. Pode causar também perturbações no sono, que se traduzem numa diminuição da atenção na escola e, portanto, numa taxa mais elevada de insuficiência escolar. Segundo os especialistas, a condição não pode deixar de ter importância.
Esta disfunção pode continuar, ainda que numa percentagem menor, na adolescência ou idade adulta, com consequências traumáticas. Muitas famílias consideram que este problema se resolve ao longo do tempo. Está estimado que em aproximadamente 15% dos casos há uma resolução de forma natural. contudo, a atuação pode melhorar a qualidade de vida dos mais pequenos.
Ainda que as consequências desta condição diminuam com a idade, a frequência e a gravidade dos episódios de enurese aumentam e, se persistirem ao fim de nove anos, dificilmente serão resolvidos sem tratamento, daí a importância do diagnóstico e intervenção precoce.
De acordo com os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5.ª edição, e da International Children’s Continence Society (ICCS), a enurese é causada por uma falha no mecanismo que causa o despertar. A criança não acorda quando a bexiga está cheia e acontece também bem uma alteração do ciclo circadiano da hormona antidiurética (vasopressina) e instabilidade da bexiga, com contrações involuntárias do músculo detrusor, entre outras.
31 de maio 2022