Durante os próximos dias chegarão a Portugal sete crianças ucranianas com doença oncológica, para receberem tratamento. A informação foi avançada pela RTP, que informa que três dos menores são de Kherson, uma das cidades ocupadas pelas forças russas.
Depois do atraso burocrático, que impediu que a vinda das crianças com doença oncológica acontecesse mais cedo, os sete menores serão acompanhados pelos familiares. No total, 18 pessoas viajarão para Portugal, desde a Polónia.
“Neste momento, estamos a planear enviar sete doentes e, ao todo, 18 pessoas para Portugal”, revelou à RTP Alex Muller, uma das responsáveis pelo processo. A operação está a ser levada a cabo pela Sociedade Portuguesa de Oncologia Pediátrica e pela Secretaria de Estado da Saúde que, através de um voo da Força Aérea, recolherão os menores e as suas famílias.
Segundo a RTP, três das sete crianças, vindas de Kherson, ficarão na cidade do Porto, sendo que uma receberá tratamento no Hospital de São João, e as outras duas no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto. As restantes crianças vão ser tratadas e viver nos IPOs de Coimbra e Lisboa.
As que não têm necessidade de ficar internadas serão acolhidas pela Acreditar – Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro, que disponibilizou quartos para 12 famílias. Segundo Jéssica Aras, da Casa Acreditar de Lisboa, as famílias serão repartidas pela casa de Lisboa, de Coimbra, e do Porto.
Como foi noticiado em março, Margarida Cruz, diretora-geral da Acreditar, falou de uma situação burocrática frustrante, que estava a impedir a vinda das crianças. A responsável disse mesmo que esta burocracia “não é compatível com uma situação de guerra e de emergência”.
“Estas crianças precisam de um sítio para ficar e estas famílias precisam de muito apoio de alojamento e também muito apoio social e psicológico”, afirmou Margarida Cruz, sublinhando que “uma guerra é sempre uma situação de emergência, mas uma criança doente e com este tipo de doença é ainda mais”.
22 de abril 2022