A crise mundial alimentar já provocou subnutrição grave a mais de 260 mil crianças desde o início do ano, o que representa uma criança a cada minuto que passa, segundo revelou a UNICEF. O Fundo das Nações Unidas para a Infância aponta responsabilidades à guerra na Ucrânia e às alterações climáticas, por estarem na base do aumento de preços dos bens alimentares.
Em comunicado, a UNICEF referiu que “desde o início do ano, a escalada da crise alimentar global levou a que 260 mil crianças adicionais viessem a sofrer perda de peso severa em 15 países afetados pelo impacto desta crise de forma particular, inclusive no Corno de África e na região do Sahel”.
A UNICEF responsabiliza, além da invasão russa da Ucrânia, cortes orçamentais feitos por causa da Covid-19, e a seca extrema vivida em muitos países, que fizeram aumentar a procura do apoio de Alimento Terapêutico Pronto a Usar, distribuído onde a organização atua, e cujo custo deverá aumentar consideravelmente nos próximos meses.
No mesmo comunicado, a organização pertencente às Nações Unidas indica que “pelo menos 10 milhões de crianças que se encontram gravemente subnutridas, ou duas em cada três, tão têm acesso ao tratamento mais eficaz, através do Alimento Terapêutico pronto a Usar”.
Este alimento consiste numa pasta à base de amendoim enriquecida com nutrientes. O aumento de preço deste alimento pode vir a significar que mais de 600 mil crianças fiquem sem acesso a este tratamento.
A UNICEF Portugal juntou-se ao apelo de sensibilização e angariação de fundos, que permitam o acompanhamento das crianças mais afetadas. A organização apela para a disponibilização de um pacote financeiro de cerca de 1,2 mil milhões de dólares para aplicar em “serviços e cuidados de nutrição essenciais para evitar milhões de mortes infantis”, devido à subnutrição.
4 de julho 2022