Agora que a vacinação está a seguir um ritmo constante nas nações mais desenvolvidas, começa o debate em torno da vacinação de menores. Devemos vacinar as crianças contra a Covid-19?
Já foram vários os fabricantes de vacinas que começaram a testar a inoculação nos mais jovens. A Moderna arrancou com estudos e testes em crianças entre os 6 meses e 11 de anos de idade.
A Pfizer começou os testes em crianças entre os 12 e os 15 anos em outubro, sendo neste momento a farmacêutica que já submeteu pedidos às agências europeia e americana para iniciar vacinação nos mais novos. Já foi anunciado que esta vacina é 100% eficaz nas crianças desta faixa etária.
Também a Universidade de Oxford, que faz parte do desenvolvimento da vacina da AstraZeneca, anunciou o arranque de test4es semelhantes, apesar de já terem sido temporariamente suspensos.
Vacinar as crianças: investigadores e políticos debatem a necessidade
A discussão em torno da necessidade de vacinar crianças continua. O baixo risco da letalidade da doença em crianças é a justificação encontrada por alguns para defender que a inoculação de crianças não é necessária.
Nos Estados Unidos, desde que começou a pandemia, 332 pessoas com menos de 18 anos morreram de Covid-19, de um total que já ultrapassa os 560 mil. No Reino Unido, de um total de 130 mil mortes, apenas 37 tinham menos de 20 anos.
Para alguns cientistas, a imunização de crianças e adolescentes não cumpre o papel de as proteger, mas sim os adultos com quem elas convivem diariamente. Vacinar essa parcela da população, especialmente as que têm mais de 12 anos, é um dos argumentos da atual discussão alcançar a imunidade de grupo, que reduziria a taxa de transmissão da Covid-19.
A doença infetaria menos e menos pessoas. Pediatras defendem que é preciso lembrar que as crianças também contraem a doença, algumas com consequências graves, como a Síndrome Inflamatória Multissistémica. Mas por outro lado, a dificuldade em vacinar muitos países pobres, pesa ainda mais e é considerada prioridade à frente da vacinação de crianças.
Se nos EUA já foram administradas 250 milhões de doses até o momento, todo o continente da África, em comparação, recebeu 32 milhões de doses. Apesar da necessidade de vacinar os adultos, África tem, com uma média de idades de 19 anos, de vacinar também as crianças para atingir a imunidade de grupo.
As diferenças entre sistemas imunitários de crianças e adultos, obriga a testes e estudos rigorosos em relação à vacinação adequada para os mais pequenos. Muitos acreditam que a imunidade a nível global e o combate ao vírus que deixou o mundo parado, só será possível se não forem deixadas parcelas da população sem proteção, evitando sobretudo o desenvolvimento de novas variantes.
10 de maio 2021