A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou, na quarta-feira a suspensão, a partir da próxima segunda, da administração de palivizumab. Esta substância é administrada como medicamento contra um vírus respiratório que afeta as crianças, na atual situação epidemiológica.
A infeção pelo vírus sincicial respiratório, em crianças de risco, pode ser bastante frequente e é responsável pela bronquite e pneumonia. É uma das principais causas de internamentos em crianças abaixo dos dois anos de idade. Ainda assim, a DGS garante que para “indicações clínicas excecionais e fundamentadas”, o medicamento para vírus respiratório, ou sincicial respiratório, continua disponível.
Graça Freitas tinha determinado, a partir da segunda quinzena de setembro do ano passado, a administração da primeira dose de palivizumab, em vez de na segunda, já que se verificou um surgimento precoce do vírus durante o verão.
Ficou também previsto o acompanhamento e monitorização da situação epidemiológica, para determinação do período de administração da última dose. Segundo a DGS grupo de trabalho constituído para o efeito analisou a situação e verificou um acentuado decréscimo da circulação do vírus sincicial respiratório durante janeiro de 2022.
A DGS reforçou a necessidade de as medidas de prevenção de infeções respiratórias serem divulgadas e implementadas. Estas infeções são causadas por vírus transmitidos entre pessoas, mesmo por aquelas que não aparentam estar doentes. Bebés e recém-nascidos são mais suscetíveis a serem infetados, sobretudo no outono e inverno.
O VSR é a principal causa de infeção do aparelho respiratório nos dois primeiros anos de vida. Está demonstrado que o palivizumab diminui a taxa de hospitalização de crianças infetadas pelo vírus, mas parece não diminuir a necessidade de ventilação mecânica nem a mortalidade, segundo informação divulgada pela Sociedade Portuguesa de Pediatria.
11 de fevereiro 2022