Kristalina Georgieva, diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), manifestou preocupação pelo efeito da guerra no futuro das crianças e no mundo que vão herdar. Georgieva é búlgara, mas tem família na Ucrânia.
A diretora-geral do FMI prestou declarações sobre o assunto à margem de um debate sobre recuperação económica em Doha. “A minha história pessoal é que o meu irmão está em Jarkov, a segunda maior cidade da Ucrânia, que está a ser bombardeada todos os dias. Naturalmente que me preocupo com ele, mas preocupa-me muito mais o destino das nossas crianças”.
O irmão de Kristalina Georgieva é casado com uma ucraniana, e o casal encontrava-se na Ucrânia quando o conflito rebentou. “Não podemos esquecer que estamos interligados e que estamos nisto juntos. E temos que pensar que tipo de mundo vamos deixar de herança às nossas crianças”.
Entretanto a Comissão Europeia está a trabalhar com a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), numa rede antitráfico em alerta para menores refugiados da guerra. “Estamos a cooperar para nos mantermos vigilantes e para nos assegurarmos de que fazemos tudo o que podemos para proteger as crianças”, afirmou Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos.
“Sabemos por experiência que, quando há fluxos migratórios massivos, também há crianças que desaparecem e iria surpreender-me se não tivermos também esse problema desta vez. É por isso que é importante não esperar até termos crianças desaparecidas para nos mantermos vigilantes, para termos isto realmente no topo do radar, para dizermos como podemos proteger e registar as crianças e para nos certificarmos de que forma as crianças chegam […] para que não caiam vítimas de grupos criminosos”, adiantou Ylva Johansson.
Desde o início do conflito na Ucrânia, a 24 de fevereiro, as Nações Unidas estimam que cerca de milhão e meio de crianças ucranianas são agora refugiadas. São mais de 70 mil por dia, o que representa mais de 50 por minuto.
29 de março 2022