Durante a última década, as escolas portuguesas, desde as creches ao ensino superior, perderam mais de 322 mil alunos numa década. O ensino básico em particular registou uma quebra de 15,5%, segundo o relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE), divulgado ontem.
Segundo regista o relatório “Estado Da Educação 2020”, “em 2010/2011, 2.320.004 crianças, jovens e adultos frequentavam o sistema educativo português. Dez anos depois, em 2019/2020, contam-se menos 322.113 inscritos, correspondendo a uma quebra de 14%”.
A análise deste relatório às escolas portuguesas, feita pelo Conselho Nacional de Educação, mostra que o ensino básico perdeu 170.862 alunos, entre 2010 e 2020, uma quebra de 15,5%. A principal razão da diminuição sistemática dos inscritos na educação pré-escolar deve-se à redução da taxa de natalidade, situação que se prolonga durante o ensino básico e depois no secundário.
A tendência de redução do número de alunos ao longo da última década é quebrada num só ano letivo, e num nível de ensino. No ano lectivo de 2019/2020 na educação pré-escolar estavam inscritas 251.108 crianças, mais 7389 do que no ano anterior, segundo os dados apresentados pelo CNE.
A diminuição progressiva de crianças a frequentar a educação pré-escolar revela-se um fenómeno que abrange todas as idades entre os três e seis anos.
O relatório do CNE indica também que nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, as taxas de cobertura das respostas sociais para a primeira infância registaram um aumento progressivo ao longo da última década. Em Portugal Continental, esta oferta registou um aumento até 2015, ano em que se começou a registar uma redução.
Mais de 80% das crianças e jovens de todos os níveis de ensino frequentam o sistema público de educação, à exceção do ensino pré-escolar, onde o setor privado acolhe 53% das crianças inscritas.
4 de fevereiro 2022