O relatório “Estado da Educação 2021”, revelado esta quinta-feira pelo Conselho Nacional de Educação, mostra que depois de anos com tendência decrescente, a taxa de retenção e desistência de alunos do ensino básico aumentou, sobretudo no ano letivo de 2020/2021.
A Rádio Renascença analisa os dados do relatório, que também revela que a taxa de retenção foi superior relativamente ao ano letivo anterior em todos os anos de escolaridade, atingindo o valor alcançado em 2018/2019 (3,1%).
No 1º ciclo do ensino básico, a taxa de retenção aumentou 0,7% em relação a 2019/2020, estabilizando nos 2,1%. No 2º ciclo do ensino básico, a mesma taxa aumentou 0,9 pontos percentuais relativamente ao ano letivo anterior, fixando-se nos 3,3%. De notar que este ciclo tinha atingido os 9,2% em 2013, pelo que a tendência continua a ser benéfica para o estado da educação.
No 3º ciclo, o número de chumbos e desistências subiu 1,3 pontos percentuais face ao ano letivo 2019/2020, para 4,3%. Neste ciclo, o 7º ano é o que apresenta a maior taxa de retenção e desistência de todo o ensino básico.
No ensino secundário, em 2020/2021, continua a cair a percentagem de alunos que ficam retidos com desistem da escola, registando uma taxa de 8,3%. Há dez anos, essa taxa estava nos 20,1%, de acordo com o “Estado da Educação”.
Segundo declarações do responsável do Conselho Nacional da Educação à Rádio Renascença, novas estratégias para contrariar estes números passam também por “uma carreira de professores mais estável, que lhes dê mais tranquilidade, pela satisfação dos professores e pela formação dos professores”.
As menores taxas de retenção e desistência registaram-se nas regiões Norte (5,7%) e Centro (7,2%), com valores abaixo da taxa de retenção nacional. O Alentejo surge em terceiro lugar com uma taxa de retenção e desistência igual à nacional. A área metropolitana de Lisboa e a Região Autónoma dos Açores registaram percentagens superiores a 10%.
26 de janeiro 2023