Quando se fala do início da vacinação de crianças, um grupo de investigadores reuniu e analisou dados de admissões hospitalares, mortes e casos graves de crianças devido à Covid-19, em Inglaterra, concluindo que o risco é inferior ao que se julgava.
Entre março de 2020 e fevereiro de 2021 foram contabilizadas 3105 mortes de crianças por todas as causas, de um total de 12 milhões de menores existentes no país. Destas mais de 3 mil mortes, apenas 25 são atribuíveis à Covid-19, uma taxa de 2 por cada milhão. Dessas, cerca de metade foram de menores com problemas de saúde anteriores graves, que implicaram assistência respiratória ou alimentação por sonda.
Os estudos, publicados na plataforma medRxiv, estão ainda a aguardar revisão pelos pares. Ainda assim os resultados apontam que, para crianças, casos graves, risco de morrer ou precisar de cuidados intensivos até aos 18 anos é menor do que se acreditava até aqui.
É importante referir que nenhum destes estudos avaliou as taxas de doença menos grave ou os sintomas mais prolongados de Covid-19, que se continuam a verificar durante meses após a cura da infeção por SARS-CoV-2.
São retiradas várias conclusões destes estudos, inclusivamente analisando a prevalência de certas características na probabilidade de internamento. Mas, no geral, a necessidade deste tipo de cuidados é classificada como rara pelo autor destes estudos, Joseph Ward, do Instituto de Saúde Infantil da Universidade College London.
Outros especialistas corroboram esta afirmação, acrescentando que, na primeira vaga, as medidas de proteção foram responsáveis por altos níveis de stress e ansiedade junto das famílias, naquilo que apelidaram de escudos imperfeitos.
Há algumas semanas, um inquérito conduzido no Reino Unido revelou que 9 em cada 10 famílias são a favor de vacinar as crianças contra a Covid-19. A pesquisa envolveu mais de 4400 pais, mães e crianças com menos de 16 anos, comdados recolhidos entre abril e maio deste ano.
20 de julho 2021