Dados recolhidos no Reino Unido e divulgados pelo Ofsted (departamento governamental britânico para a qualidade no ensino e educação), revelaram que um elevado número de crianças atrasou competências sociais e revelou incapacidade em compreender expressões faciais, depois de terem tido menos oportunidade de desenvolver habilidades emocionais durante a pandemia.
Amanda Spielman, diretora do Ofsted, revelou que crianças mais vulneráveis e com menos acesso ao exterior e a jardins, que passaram mais tempo em frente a ecrãs, registam mais atrasos nas aprendizagens típicas de cada idade, incluindo andar e gatinhar.
Segundo a responsável, a pandemia criou “desafios persistentes” nas competências sociais dos mais pequenos. “Estou particularmente preocupada com o desenvolvimento das crianças mais novas, que, se não for abordado, pode causar futuros problemas nas escolas primárias”, acrescentou.
Amanda Spielman considera que a pandemia e os confinamentos resultaram em atrasos na aprendizagem da fala e da linguagem, problemas de interação social e de confiança, tais como não saber fazer turnos para brincar e dificuldade para fazer amigos.
Amanda Spielman aconselha os pais a reforçarem a comunicação com os mais novos, levá-los a passear a lojas e a parques infantis para que vejam o mundo e para que façam exercício. Segundo a responsável, as escolas estão preparadas para lidar com crianças de vários níveis de desenvolvimento, mas que o maior esforço será feito nas crianças que tiveram piores experiências com a pandemia.
Nas escolas britânicas, a pandemia continua a afetar o conhecimento e saúde mental dos alunos, com os responsáveis a relatar menor resiliência e confiança, aumento de ansiedade e comportamentos perturbadores. Infelizmente, foram também reportadas situações de violência doméstica.
No caso dos alunos entre os 11 e os 13 anos de idade, os professores estão a trabalhar para que recuperem conteúdos que falharam na altura que se preparavam para os exames.
6 de abril 2022