O estudo, publicado na revista científica Psychological Medicine, procurou verificar se a depressão durante a gravidez interferia na duração da amamentação exclusiva e se esta, por sua vez, reduzia o risco de depressão pós-parto.
“Os benefícios da amamentação na saúde da mãe e do bebé têm sido extensivamente demonstrados ao longo dos últimos anos. Contudo, pouco se sabe quanto ao bem-estar psicológico da mãe no período pós-parto”, explica Bárbara Figueiredo, a investigadora da Universidade do Minho responsável pelo estudo.
Apesar dos conhecidos benefícios e da Organização Mundial de Saúde recomendar o aleitamento materno exclusivo durante, pelo menos, seis meses, o número de recém-mamãs que opta pelo aleitamento exclusivo para além dos três meses não é elevado, principalmente devido a factores emocionais.
“Identificar mulheres em risco de cessação precoce de amamentação é uma prioridade em termos de saúde pública”, dizem as investigadoras, alertando para a importância da análise do estado psicológico da mulher durante a gravidez.
A pesquisa envolveu 145 mulheres avaliadas em períodos diferentes da gestação (nos três trimestres da gravidez), no parto e ao 3.º, 6.º e 12.º mês após o nascimento do bebé. Esta revelou que “mães com sintomatologia depressiva no terceiro trimestre de gestação tendem a amamentar por menos tempo”.
O estudo conclui ainda que as mulheres que deixam de amamentar antes do terceiro mês após o nascimento, têm mais tendência para o aumento de sintomas de depressão e ansiedade, enquanto as que amamentam durante pelo menos três meses ajustam-se mais facilmente à nova realidade e respondem melhor a situações de stress.
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