Um dos estudos mais recentes sobre o impacto da Covid-19 nas gestantes concluiu que as grávidas infetadas correm maior risco de complicações que as restantes mulheres.
Existe uma maior probabilidade de serem admitidas para internamento em cuidados intensivos e consecutivamente necessitarão de ventiladores.
De acordo com o relatório publicado na passada segunda-feira, 2 de novembro, pelo Centro de Controlo e PRevenção de Doenças nos Estados Unidos, a taxa de grávidas que tem sintomas problemáticos é reduzida.
O problema surge quando nesta pequena amostra mais afetadas, as consequências são piores e mais nefastas. O longo relatório, que reúne dados recolhidos até ao passado mês de outubro, analisou cerca de 400 mil casos.
As mulheres grávidas infetadas que fizeram parte do estudo têm entre os 15 e os 44 anos, sendo que todas apresentam sintomas.
Dentro desses casos, que aconteceram entre janeiro e outubro deste ano, os mais graves registaram uma maior necessidade de internamento em cuidados intensivos, da necessidade de uso de ventiladores para respirar e de sistemas de suporte de vida.
Quando comparado com mulheres não grávidas, os elementos da amostra também demonstraram uma taxa de mortalidade mais elevada, fruto da doença.
As grávidas apresentaram uma probabilidade de uso de ventilador quatro vezes superior às não grávidas. O número de mortes entre as grávidas foi também duas vezes maior, quando comparado com o restante grupo da mesma idade
Curiosamente verificou-se que o risco de desenvolver complicações se manteve relativamente baixo. Apenas 1,5% das grávidas foram levadas para os cuidados intensivos, 0,29% precisaram de ventilação assistida e só 0,15% morreram vítimas da doença.
Esta semana demos também conta de uma investigação da Universidade do Minho, que se debruça sobretudo no impacto da Covid-19 na experiência da gravidez e maternidade.
Investigadores da Universidade do Minho integram um projeto internacional, que pretende perceber como é que o novo coronavírus alterou impacta na saúde mental das grávidas e desenvolvimento das crianças.
6 de novembro 2020