Segundo a UNICEF, a guerra na Ucrânia perturbou a educação de cinco milhões de crianças. A agência da ONU para a infância alerta que 11 meses de guerra, assinalados hoje, deixaram marcas que cabe aos países de acolhimento contrariar, ao assegurar oportunidades de aprendizagem.
Além do aniversário do conflito, assinala-se a 24 de janeiro o Dia Internacional da Educação. A UNICEF acrescenta que além do “impacto de 11 meses de conflito veio agravar os dois anos de aprendizagem perdidos devido à pandemia de Covid-19” e as consequências na educação de mais de oito anos de guerra (desde 2014), no caso das crianças do leste da Ucrânia.
A UNICEF estabeleceu em comunicado que “o uso continuado de armas explosivas – inclusive em zonas habitadas – significou que milhares de escolas, pré-escolas e outras instalações de educação em todo o país foram danificadas ou destruídas”, acrescentando ainda que muitos pais e tutores estão reticentes em deixar as crianças ir à escola, com preocupações de segurança.
“As escolas e outras entidades de educação de ensino pré-escolar proporcionam um sentido essencial de rotina e segurança às crianças, e a falta de aprendizagem pode ter consequências para toda a vida”, avisou Afshan Khan, diretora regional da UNICEF para a Europa e Ásia Central, citada no comunicado da organização.
A UNICEF está a trabalhar com o governo ucraniano para levar as crianças para a escola, ou pelo menos de volta ao ensino. Fora da Ucrânia, garante a agência, a situação “é igualmente preocupante, estimando-se que duas em cada três crianças refugiadas ucranianas não estejam atualmente inscritas no sistema educativo do país de acolhimento”.
De acordo com a UNICEF, vários fatores contribuem para este cenário, entre os quais estruturas educativas sobrecarregadas e o facto de muitas famílias refugiadas terem optado pela aprendizagem remota, em vez de frequentarem escolas locais, com a expetativa de poder regressar rapidamente a casa. De acordo com os mais recentes dados da ONU, neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
24 de janeiro 2023