O Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, registou um aumento considerável de casos de crianças internadas com tuberculose, pneumonia e meningite e com o vírus sincicial respiratório. O aumento destes casos acompanha uma diminuição dos de Covid-19.
À Agência Lusa, Maria João Brito, responsável pela unidade de infecciologia deste hospital pediátrico disse que a situação já está complicada, numa altura em que o maior frio ainda não chegou: “tenho crianças com meningite, tenho ciranças com tuberculose, tenho crianças com vírus sincicial respiratório (VSR), tenho crianças com doença pneumocócica grave e tenho doentes internados com covid”.
Segundo esta especialista, o número de casos de Covid nos mais novos tem vindo a diminuir bastante desde agosto, mas estão a surgir outros casos de doenças graves, nomeadamente tuberculose, pneumonia e meningite. Doenças provocadas por vírus respiratórios que não circularam durante os períodos de confinamento dos últimos dois anos.
Maria João Brito admitiu que o Hospital Dona Estefânia espera muitos problemas durnte o inverno com o VSR, “nesta altura temos o vírus, que é próprio da idade pediátrica, o VSR – vírus sincicial respiratório, que desde agosto nos tem dado muitos problemas”.
O hospital tem vindo a ventilar muitas crianças, tanto de forma invasiva como não invasiva. O vírus ataca crianças pequenas que não usam máscara, e para ele não existe vacina. Além deste vírus surgiram outros dois problemas na unidade de infecciologia, tuberculose e meningites.
A médica garante que apesar de o número de tuberculoses não ser elevado, a doença é algo que não se deveria verificar num país desenvolvido, em pleno século XXI. Por outro lado, também regressaram as meningites, mesmo com a vacina.
Maria João Brito afirmou antever com expectativa “o que é que vai acontecer em relação ao SARS-Cov-2, porque as crianças não estão vacinadas, as mais pequenas não usam barreiras de proteção e, portanto, temos que dar resposta nesta altura não só, eventualmente, ao aumento do número de casos que possa vir a haver com a infeção SARS-CoV-2 como para estas outras doença”.
15 de novembro 2021