O Instituto de Toxicologia e Ciências Forenses de Espanha detetou um aumento de 900 por cento, no que diz respeito a intoxicações acidentais com gel hidroalcoólico em crianças, vulgo álcool-gel ou outros desinfetantes muito usados nesta altura.
Os números divulgados, obviamente coincidem com a pandemia de Covid-19 e as autoridades estão a alertar as famílias para nunca deixarem estas substâncias ao alcance de crianças pequenas.
Um problema que esta organização está a levar muito a sério e a encarar como muito grave. Em 2019 foram detetadas 90 consultas relacionadas com este tipo de intoxicação, mas em 2020 já foram registadas 874, até ao momento.
Os dados reunidos e divulgados em Portugal pela Agência Lusa, noticiam que 585 destes mais de oitocentos casos são envenenamentos de crianças. Destas, 368 são crianças com menos e dois anos, segundo informou o Ministério da Justiça espanhol.
Estes dados representam um aumento de mais de 900% nas intoxicações por gel hidroalcoólico, sendo que ainda falta dois meses e meio para o final do ano.
Juan Carlos Campo, ministro da Justiça do país vizinho já enviou uma mensagem às famílias, onde alertou para o aumento de casos por envenenamento.
O governante pediu o máximo de cuidado no uso de gel e outras substâncias, quando houverem crianças por perto. O Instituto de Toxicologia e Ciências Forenses tem dado especial ênfase à necessidade de manter os produtos fora do alcance das crianças, lembrando que o seu uso deve ser sempre supervisionado por um adulto.
A grande maioria dos envenenamentos ou intoxicações ocorreu por via oral, 84%. 7% pela mucosa ocular, 3% por inalação e 2% por exposição da pele. A maioria dos casos ocorreu de forma acidental.
Os sintomas destas intoxicações são, na sua maioria, leves, revertendo-se rapidamente. Ainda assim podem evoluir para situações mais graves. Irritação do aparelho digestivo, vómitos, diarreia, tosse, vermelhidão nos olhos e visão turva são os efeitos mais comuns.
16 de outubro 2020