Está-se a verificar um aumento significativo no número de nascimentos de gémeos, em todo o mundo. A cada ano têm nascido 1,6 milhões de pares de gémeos, quase um em cada 40 bebés, segundo apontou a revista da especialidade Human Reproduction.
O aumento tem vindo a ser notório desde os anos 80 do século passado. A taxa global de nascimentos de gémeos aumentou em um terço, de 9,1 para 12 por cada 1000 partos. Este fenómeno pode ter algumas consequências negativas, já que em muitos casos estes bebés nascem prematuros e sofrem mais complicações durante o parto. Além das dificuldades financeiras associadas.
Um estudo divulgado há algumas semanas ajuda a justificar o aumento de nascimentos de gémeos. Este fenómeno deve-se unicamente ao aumento sem precedentes de gestações dos chamados “falsos gémeos” (de dois óvulos diferentes), que varia entre continentes e de um período para outro.
Esta é uma consequência da reprodução medicamente assistida, que contribuiu para esse aumento de nascimentos múltiplos, assim como para as gestações tardias.
Os autores do estudo são Gilles Pison, Christiaan Monden (Universidade de Oxford) e Jeroen Smits (Universidade de Radboud, na Holanda). Basearam-se em todos os dados disponíveis para estimar a taxa de gémeos em diferentes países e descrever as mudanças em três décadas, comparando os períodos 1980-1985 e 2010-2015.
Dos 3,2 milhões que nascem a cada ano, 1,3 milhões nascem em África, outros tantos na Ásia, e o restante, cerca de 600 mil crianças, noutros continentes. No primeiro caso a taxa de natalidade é maior, no segundo é onde está localizada 60% da população mundial.
A taxa de nascimentos de gémeos na Europa e na América do Norte aumentou de forma significativa ao longo dos últimos 30 anos, chegando a 14,4 e 16,9 partos de gémeos por cada 1000, respetivamente.
18 de março 2021