- O que é a legionella? Porque é que também se chama “Doença do Legionário?
- Como se transmite? Quais são os sintomas?
- O que fazer em caso de sintomas? Quem corre mais riscos de ser infetado pela bactéria?
- É possível prevenir surtos deste género? Como pode proteger-se da bactéria?
- Qual é o tratamento? Quais as localidades portuguesas afetadas pelo surto?
- Há muitos casos em Portugal? Como é que a Direção-Geral de Saúde está a atuar?
O que é a legionella?
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, a legionella é uma bactéria amplamente distribuída capaz de sobreviver em condições ambientais hostis por longos períodos, o que contribui para a sua fácil disseminação, daí resultar uma elevada probabilidade de exposição humana a este agente.
A legionella é um problema de saúde pública e tem “uma clara relação causa-efeito com a colonização da água pela bactéria em sistemas de água de grandes edifícios”, pode ler-se num documento da Direção-Geral de Saúde.
A bactéria encontra-se em ambientes aquáticos naturais (como lagos e rios), mas também pode colonizar os sistemas artificiais de abastecimento de água. O agente da infeção encontra-se preferencialmente na água quente sanitária, nos sistemas de ar condicionado (como nas torres de arrefecimento, nos condensadores de evaporação e nos humidificadores), nos aparelhos de aerossóis ou nas fontes decorativas.
A bactéria tem sido isolada nas redes de abastecimento de água, onde, aliás, pode sobreviver longos meses. Os pontos de maior disseminação de aerossóis (gotículas de água) são as torneiras de água quente e fria e os chuveiros.
Porque é que também se chama “Doença do Legionário”?
A legionella foi descoberta pelo Centro Norte-Americano de Prevenção e Controlo de Doenças, no seguimento de uma investigação a um surto de pneumonia que afetou os participantes da convenção anual da divisão da Pensilvânia da Legião Americana, realizada no Bellevue-Stratford Hotel em Filadélfia em 1976. Como ainda não se sabia o que tinha provocado a morte a 34 pessoas, a imprensa passou a chamar-lhe Doença dos Legionários.
Mas as infeções causadas por legionella incluem, para além da Doença dos Legionários, outras infeções difíceis de diagnosticar não associadas a pneumonia, geralmente referenciadas como febre de Pontiac.
A incidência depende do grau e contaminação dos reservatórios de água, da suscetibilidade da pessoa exposta e da intensidade da exposição, uma vez que a febre de Pontiac é uma doença não pneumónica, autocontrolada, como a gripe, caracterizada por um acesso súbito e agudo de febre, tremores, mal-estar e dores de cabeça e musculares, mas sem complicações e que não requer tratamento específico.