A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), defende que o estado do ensino em Portugal poderia melhorar se as escolas tivessem mais autonomia para escolher os professores cujos perfis se adaptam às suas necessidades.
Segundo foi reportado no relatório anual da OCDE, Education at a Glance 2022, “as escolas poderiam beneficiar de um aumento de oportunidades relevantes para o desenvolvimento profissional dos professores, com maiores incentivos ao envolvimento no trabalho colaborativo e dando mais autonomia às escolas para escolherem os professores cujos perfis melhor se adaptam às suas necessidades”.
Os investigadores da OCDE defendem que o ambiente de aprendizagem e organização dos estabelecimentos de ensino iria melhorar, se este tipo de mudança fosse implementada. João Costa, ministro da Educação, já tem vindo a defender, desde o início do ano letivo, um projeto da tutela que iria permitir dar mais autonomia às escolas para que pudessem escolher um terço do seu corpo docente.
Estre recrutamento teria em conta o perfil de professores e projetos educativos que estejam em concordância com os objetivos de cada escola. A proposta foi apresentada aos sindicatos de professores, que entretanto a recusaram, exigindo que a colocação de professores continue a ser feita através da seriação de docentes com base na sua classificação.
A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes) deu uma sugestão: depois da seleção de professores através do concurso, as escolas poderiam escolher entre os primeiros cinco do topo da lista nacional. Segundo a Agência Lusa, o Ministério da Educação ainda não reagiu à proposta.
A OCDE divulga este relatório todos os anos. O documento apresenta dados e análises comparativas entre os modelos de ensino dos vários países da OCDE. Segundo o documento, em Portugal, o pessoal docente é experiente e bem pago, mas está bastante envelhecido.
Os professores portugueses têm ordenados mais elevados quando comparados com profissionais com habilitações académicas idênticas, segundo a análise, mas quase metade tem mais de 50 anos de idade e, por isso, a maioria está já nos últimos escalões da carreira.
4 de outubro 2022