A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PPDM) pediu ao Governo português que seja concedido asilo político a mulheres e crianças afegãs que queiram refugiar-se em Portugal. Os talibã assumiram o controlo no passado domingo, e a semana está marcada pelas desesperadas tentativas de fuga do páis.
A PPDM divulgou um comunicado em que se declara “apreensiva face à situação atual das mulheres no Afeganistão e à ameaça que sobre elas pesa de um novo governo talibã extremista e desrespeitador da sua integridade física, da sua dignidade humana e dos seus mais elementares direitos”.
A entidade pede que o Governo português, tendo em conta a atual capacidade de acolhimento existente, aceite pedidos de asilo político a todas as mulheres afegãs e filhos e filhas menores, que queiram refugiar-se em Portugal.
A PPDM apoia-se numa outra nota da associação de defesa dos direitos das mulheres afegãs NEGAR, publicada na semana passada. Esta nota apela a um atenção internacional redobrada ao degradar das condições no país, especialmente para mulheres e meninas, desde o início da retirada das tropas norte-americanas.
“As mulheres afegãs estão mais uma vez em perigo, ameaçadas de perder os seus direitos, como nos anos de chumbo (1996-2001)”, refere a nota da associação NEGAR. O regime taliban decreta como obrigatório o uso da burqa às mulheres e raparigas, as meninas deixam de ir à escola a partir dos 12 anos de idade e não podem praticar qualquer tipo de desporto.
Não podem andar na rua ou entrar em transportes sem o pai, irmão ou marido, só podem circular em autocarros exclusivos para mulheres. Outra regra inclui a proibição de médicos homens tratarem mulheres ou meninas, que também estão proibidas de trabalhar fora de casa. Castigos corporais como açoitamentos e mutilações são aceites pela lei.
17 de agosto 2021
imagem: AFP