Uma ONG (Organização Não-Governamental) venezuelana, que se dedica a ajudar crianças e adolescentes hospitalizados com doenças crónicas, apelou a Portugal para o apoio económico às organizações locais, de forma a evitar mais mortes. O governo venezuelano não está a dar a resposta necessária.
Esta ONG venezuelana, Prepara Família, fala numa situação devastadora, pedindo assim o apoio do governo português, “muito querido pelos venezuelanos”, como explicou à Agência Lusa, Katherin Martinez, diretora da Prepara Familia.
Nas instalações da instituição são recebidas e atendidas várias crianças em risco de desnutrição, às quais são entregues vitaminas e medicamentos. “Precisamos que países como Portugal, que sempre teve uma relação maravilhosa connosco, que tem tantas pessoas portuguesas com negócios aqui, que possamos ter uma um maior relacionamento”, apelou Katherin Martinez.
A responsável falou também nas mortes de crianças evitáveis, como por exemplo as que sofrem de doenças crónicas renais e às quais não chega nenhum tipo de ajuda. O programa de doação de órgãos está suspenso desde 2017.
A responsável desta ONG venezuelana denunciou que há muitas crianças em risco de morte por desnutrição. “Em 2020, abrimos um centro de proteção nutricional, uma unidade psicossocial legal, para atender as crianças nesta situação, as mulheres grávidas em risco de desnutrição e as mulheres que amamentam”, explicou.
As carências já existentes agravaram-se com a complexa situação humanitária na Venezuela. Katherine Martinez explicou que na Venezuela está a ser feita a publicidade de que as coisas estão a melhorar, mas alerta que se trata de uma gota de água num oceano de dificuldades.
A responsável explicou que os venezuelanos sofrem o impacto do contexto económico, da má gestão financeira, da questão do câmbio da moeda, do [baixo] salário mínimo e da galopante inflação.
25 de novembro 2022